Em julho de 2009, o tabloide britânico News of the World causou grande repercussão ao divulgar na internet um vídeo inédito do cantor Michael Jackson, no qual ele tenta se defender das acusações de abuso de menores. O material, datado de 1993, mostra Jackson em um momento de desabafo, negando veementemente as alegações que marcaram sua carreira e vida pessoal. A publicação veio à tona semanas após a morte do artista, em 25 de junho de 2009, reacendendo debates sobre as controvérsias que o acompanharam por anos.
No vídeo, gravado em um ambiente privado, Jackson aparece emocional, afirmando ser vítima de uma campanha de difamação. Ele alega que as acusações eram motivadas por interesses financeiros e reforça sua inocência, destacando seu amor por crianças de forma humanitária. O News of the World, conhecido por seu estilo sensacionalista, apresentou o vídeo como uma "revelação exclusiva", mas críticos questionaram o contexto da gravação e a ética de sua divulgação, especialmente após a morte do cantor, quando ele não podia mais se defender ou contextualizar as imagens.
A divulgação do vídeo intensificou discussões sobre a cobertura midiática de Jackson e o impacto das acusações em sua imagem pública. Enquanto alguns fãs viram o material como uma prova de sua inocência, outros consideraram a publicação uma exploração póstuma de sua figura. As acusações de abuso, que começaram em 1993 com o caso de Jordan Chandler e voltaram à tona em 2003 com Gavin Arvizo, nunca resultaram em condenações. Jackson foi absolvido em 2005, mas o tema permaneceu uma sombra em sua trajetória.
O caso também levantou questionamentos sobre as práticas do News of the World, que, dois anos depois, em 2011, foi fechado em meio a um escândalo de escutas telefônicas ilegais. A publicação do vídeo de Jackson foi vista por muitos como mais um exemplo do sensacionalismo que caracterizava o jornal, alimentando narrativas polêmicas sem oferecer um contexto completo.
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