Putin admite culpa por queda de avião da Embraer no Cazaquistão e promete indenizações

TimeCras
Roberto Farias
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Dushanbe, 9 de outubro de 2025 — Em um gesto raro de reconhecimento público, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu que sistemas de defesa aérea russos foram responsáveis pela queda de um avião da Embraer operado pela Azerbaijan Airlines, que caiu no Cazaquistão em 25 de dezembro de 2024, matando 38 pessoas.

A aeronave, um Embraer E-190, havia partido de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozni, na Rússia. Durante o trajeto, dois mísseis russos foram disparados para interceptar drones ucranianos que invadiram o espaço aéreo russo. Embora os mísseis não tenham atingido diretamente o avião, explodiram a cerca de 10 metros da fuselagem, causando danos estruturais que levaram à queda durante um pouso de emergência em Aktau, no Cazaquistão.

Putin fez a declaração durante um encontro com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e prometeu compensações às famílias das vítimas e ao governo azeri. “É nosso dever fazer uma avaliação objetiva de tudo o que aconteceu e identificar as verdadeiras causas”, afirmou o líder russo.

O relatório preliminar da investigação, divulgado pelo governo do Cazaquistão com apoio técnico da Embraer e da Força Aérea Brasileira, apontou perfurações na fuselagem e danos múltiplos em áreas críticas da aeronave. Os pilotos relataram aos controladores de tráfego aéreo que haviam sido atingidos por “um bando de pássaros”, percepção que foi registrada nas caixas-pretas do avião.

A admissão de culpa por parte de Putin ocorre após meses de tensão diplomática entre Moscou e Baku. Inicialmente, o governo russo havia atribuído o desvio da rota a condições climáticas e alertas de drones, evitando reconhecer responsabilidade direta. A declaração oficial é vista como uma tentativa de reparar relações com o Azerbaijão, aliado estratégico da Turquia e peça-chave na geopolítica do Cáucaso.

A tragédia reacende o debate sobre os riscos de operações militares em áreas civis e o impacto de conflitos híbridos na aviação comercial. A promessa de indenização e a transparência na investigação são passos importantes, mas ainda há questionamentos sobre protocolos de segurança e responsabilidade internacional.

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