Na manhã de 11 de agosto de 2025, a rotina de limpeza urbana em Belo Horizonte foi interrompida por uma tragédia que abalou o bairro Vista Alegre, na região Oeste da capital mineira. Laudemir de Souza Fernandes, um gari de 44 anos, foi assassinado a tiros em meio a uma discussão de trânsito enquanto desempenhava seu trabalho essencial. O caso, que reflete a crescente tensão nas ruas, traz à tona a vulnerabilidade de trabalhadores que garantem a ordem e a limpeza da cidade.
Laudemir, descrito por colegas como um homem tranquilo e dedicado, era pai de uma adolescente e há quase oito anos trabalhava para uma empresa terceirizada da Prefeitura de Belo Horizonte. Durante a coleta de resíduos, ele tentou apaziguar uma situação envolvendo a motorista do caminhão de lixo e um condutor irritado, que reclamava da obstrução da via. O motorista, identificado como Renê da Silva Nogueira Júnior, um executivo de 47 anos, sacou uma arma e disparou contra Laudemir, atingindo-o no abdômen. Apesar do rápido atendimento médico, a vítima não resistiu aos ferimentos e faleceu em um hospital de Contagem devido a uma hemorragia interna.
Horas após o crime, Renê foi localizado e preso em uma academia de alto padrão no bairro Estoril. A arma utilizada, registrada em nome de sua esposa, uma delegada da Polícia Civil, foi apreendida, e imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas para esclarecer os detalhes do ocorrido. O suspeito, que nega envolvimento, foi autuado por homicídio qualificado e encaminhado ao sistema prisional após depoimentos de testemunhas, incluindo a motorista do caminhão e outros garis presentes no momento do crime. A investigação segue em curso, com atualizações aguardadas sobre a motivação e as circunstâncias do ato.
A morte de Laudemir gerou revolta e tristeza. O velório, será realizado em Contagem nesta terça-feira, 12 de agosto, reunindo familiares, amigos e colegas, que destacaram sua generosidade e compromisso. A Prefeitura de Belo Horizonte e a empresa empregadora manifestaram solidariedade, comprometendo-se a apoiar a família com assistência psicológica e jurídica. Nas redes sociais, moradores da capital mineira expressam indignação, apontando a banalidade do motivo e cobrando justiça.
Este não é um caso isolado. Em 2025, outros garis perderam a vida em situações de violência ou acidentes, como em Marabá (PA) e Itamaraju (BA), evidenciando os riscos enfrentados por esses profissionais. A tragédia de Laudemir reforça a urgência de medidas para proteger trabalhadores essenciais e promover uma convivência mais respeitosa no trânsito. Que sua memória inspire mudanças para que vidas não sejam mais perdidas em nome da intolerância.
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