A escalada de tensões entre Israel e Irã em junho de 2025 marcou um dos capítulos mais intensos e perigosos do confronto de longa data entre os dois países. O que começou como uma série de ataques e retaliações transformou-se em uma crise que ameaça a estabilidade do Oriente Médio e pode ter impactos globais. Abaixo, detalho os acontecimentos, suas causas, consequências e o contexto mais amplo, com base em informações recentes, para fornecer uma visão clara e abrangente para o seu blog.
Cronologia dos Eventos
12 de Junho de 2025: Israel Inicia a Operação Leão Ascendente
Israel lançou uma operação militar de grande escala, batizada de "Operação Leão Ascendente", coordenada pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) e pelo Mossad. O ataque, descrito como o maior contra o Irã desde a Guerra Irã-Iraque (1980-1988), teve como alvos:
- Instalações nucleares: O principal foco foi o complexo de enriquecimento de urânio em Natanz, com danos significativos a estruturas subterrâneas, incluindo uma sala de centrífugas e infraestrutura elétrica. Outros alvos incluíram as instalações de conversão de urânio em Isfahan e os locais de Khondab e Khorramabad.
- Instalações militares: Bases da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) e fábricas de mísseis balísticos foram atingidas.
- Lideranças: Entre as vítimas estavam o comandante da IRGC, Hossein Salami, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, o comandante do programa de mísseis balísticos, Amir Ali Hajizadeh, e seis cientistas nucleares, incluindo Fereydoon Abbasi e Mohammad Mehdi Tehranchi. Além disso, Ali Shamkhani, responsável pelas negociações nucleares com os EUA, também foi morto.
O ataque causou pelo menos 78 mortes em Teerã, incluindo 20 crianças, e mais de 320 feridos, segundo a mídia estatal iraniana. Explosões foram relatadas em várias cidades, como Isfahan, Shiraz e Tabriz, com danos a infraestruturas críticas, incluindo o depósito de gás Shahran e o Aeroporto de Mehrabad. Israel justificou a operação como uma ação preventiva contra o programa nuclear iraniano, citando um relatório da AIEA que, em 12 de junho, acusou o Irã de violar suas obrigações nucleares pela primeira vez em 20 anos.
13-15 de Junho de 2025: Retaliação Iraniana com a Operação Promessa Verdadeira 3
Em resposta, o Irã lançou a "Operação Promessa Verdadeira 3", disparando mais de 100 mísseis balísticos e drones contra Israel. Os principais alvos incluíram:
- Cidades israelenses: Tel Aviv, Jerusalém, Haifa e Bat Yam sofreram impactos, com explosões relatadas próximas ao quartel-general das IDF em Tel Aviv (área de Kirya). Um ataque em Bat Yam destruiu um edifício residencial, matando quatro pessoas, incluindo mulheres e crianças.
- Civis e infraestrutura: Pelo menos 10 pessoas morreram em Israel, incluindo uma família árabe-israelense em Tamra, e mais de 370 foram feridas, com 9 em estado grave. Danos significativos foram registrados em prédios residenciais, no Instituto Weizmann de Ciência em Rehovot e em outras infraestruturas.
O sistema de defesa Domo de Ferro interceptou a maioria dos projéteis, com apoio de destróieres americanos no Mar Vermelho, mas alguns mísseis conseguiram atingir seus alvos. O Irã também contou com o apoio dos Houthis no Iêmen, que lançaram mísseis balísticos adicionais contra Israel.
14-15 de Junho: Israel Intensifica os Ataques
Israel continuou sua ofensiva, atingindo novos alvos no Irã, incluindo:
- O Ministério da Defesa em Teerã.
- Depósitos de combustível, como o de Shahran, causando grandes incêndios.
- Um campo de gás natural no Golfo Pérsico, elevando preocupações sobre a oferta global de energia.
No total, o Irã relatou 224 mortes e mais de 1.200 feridos desde o início dos ataques, com 90% das vítimas sendo civis, incluindo 60 crianças em um ataque a um edifício residencial de 14 andares em Teerã. A capital iraniana enfrentou interrupções no fornecimento de energia e internet, com o governo impondo restrições para controlar informações.
Contexto e Causas
O conflito de 2025 é a culminação de décadas de hostilidades, que passaram de uma guerra por procuração a confrontos diretos. Alguns fatores-chave incluem:
- Programa Nuclear Iraniano: O Irã avançou significativamente seu enriquecimento de urânio, com relatórios de maio de 2024 indicando que o país poderia produzir urânio para uma bomba nuclear em uma semana e para sete bombas em um mês. A decisão da AIEA, em 12 de junho de 2025, de declarar o Irã não conforme com suas obrigações nucleares, foi o gatilho imediato para os ataques israelenses. O Irã respondeu anunciando um novo sítio de enriquecimento e a instalação de centrífugas avançadas (IR-6) em Fordow.
- Enfraquecimento do Eixo de Resistência: Desde 2023, Israel enfraqueceu os aliados regionais do Irã, como o Hamas (quase destruído em Gaza) e o Hezbollah (severamente debilitado no Líbano). A queda do regime de Assad na Síria em 2024 e a redução da influência de milícias iraquianas deixaram o Irã mais vulnerável, incentivando Israel a agir diretamente.
- Eventos de 2024: A escalada começou com o bombardeio israelense de um complexo consular iraniano em Damasco (abril de 2024), seguido pelo assassinato de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, em Teerã (julho de 2024), e trocas de ataques diretos em outubro de 2024. Esses eventos romperam o padrão de conflitos por procuração, levando a confrontos abertos.
Reações Internacionais
- Estados Unidos: Embora os EUA tenham negado envolvimento direto, destróieres americanos ajudaram a interceptar mísseis iranianos. O presidente Donald Trump rejeitou uma proposta israelense de assassinar o aiatolá Ali Khamenei, mas não condenou publicamente os ataques de Israel, sugerindo que um acordo nuclear ainda seria possível. As negociações marcadas para 15 de junho em Mascate foram canceladas.
- ONU e AIEA: O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou a escalada e pediu contenção, enquanto Rafael Grossi, chefe da AIEA, alertou para os riscos à segurança nuclear.
- Rússia: Vladimir Putin condenou os ataques israelenses como uma violação do direito internacional e ofereceu mediação, enquanto pressionava por uma resposta moderada do Irã.
- Arábia Saudita e Turquia: Ambos condenaram os ataques de Israel, com a Arábia Saudita chamando-os de violação da soberania iraniana.
- Europa: Líderes como o premiê britânico Keir Starmer e o chanceler alemão Friedrich Merz pediram desescalada, enquanto companhias aéreas europeias sofreram quedas nas bolsas devido ao aumento dos preços do petróleo.
Impactos Econômicos e Sociais
- Economia Global: Os ataques elevaram os preços do petróleo em 7-11%, com temores de interrupções no Estreito de Hormuz. O Brent subiu para US$ 76,37 por barril, e o WTI para US$ 75,01. Companhias aéreas como Lufthansa, Air France e EasyJet viram suas ações caírem entre 3-5%.
- Irã: A população iraniana enfrentou longas filas por combustível e alimentos, com aumento de preços esperado após o feriado de Eid al-Ghadir. Internet foi cortada em várias cidades, mas o Starlink de Elon Musk foi reativado para fornecer acesso a civis.
- Israel: Escolas foram fechadas, eventos como a Parada do Orgulho de Tel Aviv cancelados, e a população foi orientada a permanecer perto de abrigos. Protestos em Tel Aviv exigiram o fim da guerra em Gaza e a libertação de reféns.
Riscos e Perspectivas
O conflito atual eleva o risco de uma guerra regional, especialmente se aliados como os Houthis ou milícias iraquianas intensificarem suas ações. Há temores de que países como Arábia Saudita e Turquia possam buscar armas nucleares, desencadeando uma corrida armamentista. A suspensão das negociações nucleares com os EUA e a retórica beligerante de ambos os lados – com Netanyahu prometendo mais ataques e o aiatolá Khamenei ameaçando "punição severa" – sugerem que a crise está longe de um desfecho.
A comunidade internacional, incluindo a ONU e potências como Rússia e EUA, insiste na diplomacia, mas a janela para negociações parece estar se fechando. Enquanto isso, civis em ambos os lados pagam o preço mais alto, com mortes, destruição e crescente instabilidade econômica.
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