O conflito entre Irã e Israel, que já dura cinco dias, ganha contornos ainda mais alarmantes com a possibilidade de uma intervenção militar dos Estados Unidos contra Fordow, a instalação nuclear mais fortificada do Irã. Localizada sob uma montanha perto de Qom, a cerca de 80-90 metros de profundidade, Fordow é projetada para resistir a bombardeios convencionais, tornando-se um alvo estratégico central na ofensiva israelense “Operação Leão Ascendente”. Apesar dos intensos ataques de Israel contra alvos nucleares, militares e até a sede da Islamic Republic of Iran Broadcasting (IRIB), fontes da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) indicam que Fordow permanece intacta ou com danos mínimos.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, em resposta ao ataque à IRIB, que interrompeu uma transmissão ao vivo em 16 de junho, classificou as ações de Israel como “ataques brutais” e prometeu uma retaliação “firme e legítima” para fazer Israel “pagar por sua ousadia”. Ele também acusou os EUA de conivência, alertando que a paciência do Irã está no limite. Enquanto Israel domina os céus iranianos, destruindo alvos como Natanz e Isfahan, a fortificação de Fordow desafia suas capacidades militares. Especialistas apontam que apenas bombas americanas “bunker buster”, como a Massive Ordnance Penetrator, entregues por bombardeiros B-2, poderiam neutralizar o local. Israel não dispõe dessa tecnologia, o que alimenta especulações sobre um envolvimento direto dos EUA.
Canais de notícias americanos e postagens em redes sociais relatam movimentações de tropas e equipamentos dos EUA para o Oriente Médio, com comandos supostamente em preparação para missões em Fordow. Embora essas informações não tenham confirmação oficial, o presidente Donald Trump, que deixou a cúpula do G7 para gerenciar a crise, reforçou sua postura intransigente, rejeitando um cessar-fogo e buscando uma “resolução final” para o programa nuclear iraniano. Analistas alertam, no entanto, que um ataque a Fordow poderia causar danos ambientais, embora especialistas como Matthew Bunn, de Harvard, considerem improvável uma contaminação nuclear significativa além do local.
O Irã mantém-se firme, com o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, sinalizando disposição para negociações nucleares, mas sem ceder Fordow, um símbolo de resistência. O conflito já deixou 224 mortos no Irã, incluindo 54 mulheres e crianças, e 24 civis em Israel, com ataques iranianos a Tel Aviv e Haifa intensificando a crise. A possibilidade de uma invasão americana, somada à retórica beligerante de ambos os lados, coloca o Oriente Médio à beira de uma escalada sem precedentes.
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