Índia Lança Mísseis Contra Paquistão: Conflito Nuclear Ameaça Escalar

Roberto Farias
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A Índia desencadeou a "Operação Sindoor", disparando mísseis contra alvos no Paquistão e na Caxemira sob controle paquistanês, em cidades como Muzaffarabad, Kotli e Bahawalpur. A ação, que intensificou as tensões entre essas duas potências nucleares, foi uma resposta ao atentado de 22 de abril em Pahalgam, na Caxemira indiana, que deixou 26 mortos, incluindo 25 turistas. O ataque, atribuído ao grupo The Resistance Front, ligado ao Lashkar-e-Taiba, reacendeu acusações indianas de que o Paquistão apoia o terrorismo — alegação que Islamabad refuta, exigindo uma apuração neutra.
A Índia descreveu a operação como um ataque "preciso" contra esconderijos terroristas, evitando instalações militares para limitar a escalada. No entanto, o Paquistão relatou consequências devastadoras: ao menos oito pessoas morreram, incluindo uma criança, e 35 ficaram feridas. Prédios civis foram danificados, e apagões atingiram Muzaffarabad, gerando pânico entre os moradores. Autoridades paquistanesas afirmaram que uma mesquita em Bahawalpur foi destruída, matando 13 pessoas, e alegaram ter derrubado cinco caças indianos e um drone, embora sem evidências claras.
O Paquistão reagiu com indignação. O governo declarou estado de emergência em Punjab, colocou hospitais em alerta e prometeu uma resposta militar "no momento certo". Um teste recente do míssil balístico Abdali, com alcance de 450 km, reforçou a postura defensiva de Islamabad.
O conflito tem origem na partição de 1947, quando a Caxemira se tornou um ponto de atrito entre a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana. A revogação da autonomia caxemir pela Índia em 2019 intensificou a violência na região, que hoje é uma das mais militarizadas do mundo. Nos últimos meses, a crise ganhou novos contornos:
  • Ações Indianas: Após o ataque de Pahalgam, a Índia fechou a fronteira de Wagah, suspendeu vistos para paquistaneses e expulsou diplomatas de Islamabad. Mais grave, anunciou a suspensão do Tratado das Águas do Indo, de 1960, que regula o compartilhamento do rio Indo, essencial para a sobrevivência agrícola do Paquistão.
  • Respostas Paquistanesas: Islamabad retaliou com restrições a cidadãos indianos, fechamento do espaço aéreo para voos indianos e interrupção do comércio bilateral. A suspensão do tratado foi chamada de "ato de guerra" pelo primeiro-ministro Shehbaz Sharif.
Trocas de tiros na Linha de Controle (LoC), que separa as duas Caxemiras, tornaram-se frequentes desde abril, agravando o clima de hostilidade.
Com a Índia detendo cerca de 160 ogivas nucleares e o Paquistão, aproximadamente 170, o risco de um conflito devastador é real. A Índia adota uma política de "não uso primeiro", mas sinalizou maior flexibilidade em casos de ataques terroristas. Já o Paquistão, sem tal política, aposta em armas nucleares táticas para equilibrar a superioridade militar indiana. Especialistas alertam que um mal-entendido — como confundir um ataque convencional com um nuclear — poderia desencadear milhões de mortes e impactos climáticos globais.
A comunidade internacional reagiu com alarme, mas sem ações concretas:
  • ONU: António Guterres pediu moderação e ofereceu mediação, destacando o risco nuclear.
  • EUA: Donald Trump foi informado e expressou desejo de uma resolução rápida, mas os EUA evitam um papel direto.
  • China: Como aliada do Paquistão, Pequim pediu calma, alertando para a instabilidade regional.
Na Caxemira paquistanesa, o medo de uma guerra iminente domina. Campos de socorro estão sendo preparados, mas faltam bunkers, e escolas foram fechadas por dez dias. Na Índia, protestos contra o Paquistão crescem, enquanto Islamabad vê manifestações anti-Índia. A suspensão do Tratado das Águas do Indo ameaça a subsistência de milhões de paquistaneses, já que 80% de suas necessidades hídricas dependem do rio.
A "Operação Sindoor" — cujo nome evoca o vermelhão usado por mulheres hindus, simbolizando as viúvas do ataque de Pahalgam — é o maior ataque indiano em solo paquistanês desde 1971. A retórica beligerante de ambos os lados, combinada com a crise hídrica e o potencial nuclear, cria um cenário alarmante. A Caxemira, coração do conflito, continua dividida e sofrendo, enquanto a desconfiança mútua impede avanços diplomáticos. O mundo observa, apreensivo, esperando que a razão prevaleça sobre o confronto.

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