Uma disputa inusitada entre um revendedor de veículos e o proprietário de um prédio na Avenida Barão Homem de Melo, Região Oeste de Belo Horizonte, terminou com um carro literalmente preso em uma calçada recém-concretada na quarta-feira, 11 de dezembro de 2013. O caso, que envolve desentendimentos sobre o uso do espaço público, ganhou destaque pela solução drástica adotada.
Segundo Celso Antônio de Faria, mestre de obras responsável pela construção, o dono do veículo se recusou a retirá-lo do local, mesmo após pedidos. “Ele disse que eu não podia encostar um dedo no carro”, relatou Faria. A Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) foi acionada, mas não tomou medidas, já que o carro não estava em local indevido na ocasião. Com a ordem do proprietário do prédio para prosseguir, a calçada foi concretada, deixando o veículo imobilizado no concreto. “Os advogados da firma vão resolver”, afirmou Faria.
Marcos Drumond, responsável pelo carro, contesta a ação. Ele alega que o local é uma rua pública, usada para estacionamento de veículos há mais de 20 anos, e que o dono do prédio invadiu a área ao construir a calçada. Drumond, que não é proprietário do carro, mas o utilizava para revenda, anunciou que acionará judicialmente o responsável pela obra.
A BHTrans informou que, em 22 de novembro, atendeu a uma reclamação sobre o caso, mas não encontrou irregularidades, pois o veículo não estava estacionado indevidamente e a calçada ainda não existia. Agora, com o carro preso no concreto, a empresa afirma que não tem meios para rebocá-lo, já que a situação foge das normas de trânsito.
O caso expõe conflitos sobre o uso de espaços públicos e a falta de diálogo entre as partes. Enquanto a disputa segue para a esfera judicial, o carro permanece como um símbolo de uma briga que, literalmente, endureceu.
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