Na sexta-feira, 5 de outubro de 2012, a cidade de Sorocaba, interior de São Paulo, foi marcada por uma perda significativa: Luciane Aparecida Conceição, aos 24 anos, faleceu devido a complicações do vírus HIV. Conhecida por ser a primeira criança no mundo a receber o coquetel antirretroviral contra a Aids, Luciane estava internada há três dias no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, segundo o jornal O Estado de S.Paulo. Ela deixou uma filha de 4 anos, Vitória, que nasceu sem o vírus, um feito celebrado como um marco na história da jovem.
Luciane contraiu o HIV ainda no útero, após sua mãe receber uma transfusão de sangue contaminado no oitavo mês de gestação. Na época, o uso do coquetel contra a Aids em crianças era inédito, e a médica responsável pelo caso precisou lutar judicialmente para iniciar o tratamento em Luciane, então com apenas 8 anos. Esse pioneirismo transformou a jovem em um símbolo de esperança, permitindo que ela vivesse por mais de uma década, casasse e formasse uma família.
No entanto, desde 2011, Luciane havia abandonado o tratamento, segundo relatos de familiares, o que agravou sua condição. Enfrentando desafios pessoais, incluindo problemas emocionais e no relacionamento, ela teve mais de dez internações ao longo de 2012. Além disso, uma indenização de mil salários mínimos, conquistada em ação contra o Estado por erro médico, nunca foi paga, pois o processo ainda aguardava decisão no Supremo Tribunal Federal (STF). O velório de Luciane ocorreu em Sorocaba, com sepultamento no sábado, 6 de outubro, no cemitério Santo Antônio.
A trajetória de Luciane reflete tanto os avanços na luta contra a Aids quanto os desafios de manter o tratamento contínuo e o suporte emocional para pessoas vivendo com HIV. Sua história permanece como um lembrete da importância de políticas de saúde e apoio psicossocial.
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