Um crime brutal chocou a pequena cidade de Doverlândia, a 413 km de Goiânia, no sudoeste de Goiás, onde sete pessoas foram degoladas em uma fazenda na noite de sábado, 28 de abril de 2012. A Polícia Civil, sob o comando da delegada-geral Adriana Accorsi, prendeu três suspeitos, e um deles, um jovem de 23 anos detido no município, confessou ter participado do massacre por uma promessa de R$ 50 mil. Em depoimento, ele revelou que o alvo principal era o fazendeiro Lázaro de Oliveira Costa, 57 anos, dono da Fazenda Nossa Senhora Aparecida, enquanto as demais vítimas foram executadas para eliminar testemunhas.
Com o suspeito, a polícia apreendeu um revólver usado para render as vítimas, uma espingarda pertencente ao fazendeiro assassinado e roupas manchadas de sangue, vestidas por ele durante o crime. Segundo Accorsi, o jovem conhecia Lázaro e seu filho, Leopoldo Rocha Costa, 22 anos, também morto no ataque. Ele apontou um dos outros suspeitos, preso em Frutal, Minas Gerais, durante o velório das vítimas, como o responsável pela oferta financeira. Esse homem, transferido inicialmente para Goiânia, foi levado de volta a Doverlândia para auxiliar nas investigações.
Os outros dois suspeitos, detidos em Frutal, são um sobrinho de Lázaro e o futuro sogro de Leopoldo. Eles foram transferidos de helicóptero para a Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH) em Goiânia na manhã de terça-feira, 1º de maio. Em depoimentos prestados na segunda-feira, 30 de abril, à polícia de Frutal, ambos negaram envolvimento e apresentaram álibis, que estão sob análise. “Desde o início, Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Técnico-Científica trabalham incansavelmente para resolver esse caso. Todas as indicações do suspeito preso estão sendo investigadas com rigor, tanto do ponto de vista investigativo quanto pericial. Nenhuma hipótese está sendo descartada”, afirmou Accorsi.
O crime, que vitimou Lázaro, Leopoldo, o vaqueiro Heli Francisco da Silva, 44 anos, e quatro visitantes – Joaquim Manoel Carneiro, 61 anos, sua esposa Miraci Alves de Oliveira, 65 anos, o filho do casal Adriano Alves Carneiro, 24 anos, e a noiva deste, Tâmis Marques Mendes da Silva, 24 anos – foi marcado por extrema crueldade. Dois corpos foram encontrados no banheiro da sede da fazenda, enquanto os outros cinco foram arrastados para uma estrada próxima. A polícia acredita que o motivo principal foi financeiro, possivelmente ligado a uma recente venda de gado por R$ 36 mil feita por Lázaro, além de rancores pessoais do suspeito confesso, que já havia trabalhado na fazenda.
A chacina abalou a comunidade rural de Doverlândia, especialmente os fazendeiros da região. “Foi como perder alguém de casa. Você fica em choque, sem acreditar”, desabafou o produtor Adilson Oliveira. As investigações seguem em ritmo intenso, com a Polícia Civil prometendo esclarecer todas as circunstâncias do caso, que se tornou um dos mais graves da história de Goiás.
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