Em uma tentativa desesperada de proteger sua residência contra sucessivos assaltos, uma médica do condomínio RK, em Sobradinho, a 22 km de Brasília, adotou uma medida que chocou a vizinhança. A ortopedista, que preferiu não se identificar, fixou dezenas de seringas na grade de sua casa, acompanhadas de um cartaz com a mensagem: “Muro com sangue, HIV positivo. Não pule”. A ação, tomada em 2011, foi motivada por uma série de furtos, incluindo itens como um cortador de grama, secador de cabelos, máquina fotográfica e uma televisão de tela plana.
A profissional, que atua no Hospital Regional do Paranoá, admitiu ter obtido as seringas no local de trabalho, alegando que elas estavam contaminadas com o vírus HIV. A atitude gerou revolta entre os moradores do condomínio, que consideraram a ação perigosa e inadequada. A síndica, Vera Barbieri, notificou a médica, exigindo a retirada das seringas em até cinco dias, sob pena de multa. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal anunciou uma investigação para apurar como o material foi retirado do hospital, enquanto o Conselho Regional de Medicina (CRM-DF) condenou a conduta, destacando o risco de infecções, mesmo que não por HIV, devido ao descarte inadequado de material médico.
Posteriormente, a médica, identificada como Miriam Tomkowski Walton, revelou que as seringas não continham sangue contaminado, mas uma mistura de amido e corante, usada como tática de intimidação. Apesar da farsa, o caso continua sob investigação pela 13ª Delegacia de Polícia, pela Secretaria de Saúde e pelo CRM-DF, podendo resultar em punições como a perda do registro profissional. O incidente expõe a insegurança enfrentada por moradores e levanta debates sobre os limites de ações individuais para autoproteção, além de questões éticas no uso de materiais hospitalares.
Não deixe de comentar !!!!!!