Em maio de 2011, um grupo de hackers conhecido como NaijaCyberHactivists sacudiu a Nigéria ao invadir sites do governo em protesto contra o exorbitante orçamento de N1 bilhão (cerca de US$ 6,6 milhões) destinado à cerimônia de posse do presidente Goodluck Jonathan, marcada para o domingo, 29 de maio. Os alvos foram os sites da Comissão de Desenvolvimento do Delta do Níger e do Programa Nacional de Erradicação da Pobreza, que tiveram seu conteúdo substituído por uma mensagem contundente e uma imagem impactante, denunciando o gasto excessivo em meio a um cenário de pobreza e desemprego no país.
Os hackers, que reivindicaram os ataques pelo Twitter, prometeram intensificar as ações no sábado, caso o governo não revisasse o orçamento da posse. Além disso, exigiram investigações sobre a prisão de um político da oposição e seus aliados, apontando para a repressão política em um momento de tensão. A eleição de abril, que garantiu a vitória de Jonathan, foi marcada por episódios de violência religiosa, resultando em centenas de mortes, o que ampliou o descontentamento popular e motivou a ação dos NaijaCyberHactivists.
Esse episódio de ciberativismo reflete a frustração de parte da população nigeriana com a má gestão de recursos e a falta de transparência, em um país rico em talentos tecnológicos, mas assolado por desigualdades. Os ataques digitais expuseram as fragilidades da segurança cibernética do governo e abriram um debate sobre o uso da tecnologia como ferramenta de protesto em contextos de crise política e social.
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