Na tarde de 5 de novembro de 2009, a base militar de Fort Hood, localizada em Killeen, Texas, foi palco de um dos piores tiroteios em uma instalação militar dos Estados Unidos. O ataque, perpetrado por um único atirador, o major do Exército e psiquiatra Nidal Malik Hasan, resultou na morte de 13 pessoas, incluindo 12 militares e um civil, e deixou mais de 30 feridos, a maioria soldados desarmados. O incidente, que durou cerca de 10 minutos, chocou o país e foi classificado como o ataque terrorista mais mortal em solo americano desde o 11 de setembro, até ser superado pelo atentado de San Bernardino em 2015.
O tiroteio ocorreu no Soldier Readiness Center, onde soldados passavam por exames médicos antes de serem enviados ao exterior ou após retornarem de missões. Hasan, de 39 anos, entrou no local armado com uma pistola semiautomática FN Five-seven, adquirida em julho de 2009 na loja Guns Galore, em Killeen, e começou a disparar, gritando “Allahu Akbar” (Deus é grande, em árabe). Ele disparou 146 tiros, recarregando magazines de alta capacidade, antes de ser baleado por policiais civis da base, ficando paralisado da cintura para baixo.
As investigações revelaram que Hasan, nascido na Virgínia e filho de imigrantes palestinos, apresentava sinais de radicalização islâmica há anos, com colegas relatando preocupações sobre seu comportamento e e-mails trocados com o imã Anwar al-Awlaki, monitorado pela NSA. Apesar disso, ele foi promovido a major em maio de 2009 e transferido para Fort Hood em julho. Em seu julgamento em 2013, Hasan admitiu ser o atirador, alegando que queria proteger muçulmanos e líderes talibãs no Afeganistão. Ele foi condenado por 13 acusações de homicídio premeditado e 32 de tentativa de homicídio, recebendo a pena de morte.
O caso gerou polêmica, com sobreviventes e familiares exigindo que o ataque fosse classificado como terrorismo, o que garantiria benefícios como a medalha Purple Heart. O Pentágono, porém, tratou o incidente como um crime comum, argumentando que acusações de terrorismo poderiam comprometer o julgamento militar. Em 2011, 148 vítimas e familiares abriram um processo contra o governo por negligência, mas a classificação permaneceu inalterada.
A tragédia de Fort Hood expôs falhas na detecção de comportamentos de risco dentro do Exército e levantou debates sobre porte de armas em bases militares, já que as rígidas restrições deixaram os soldados vulneráveis. A base, que abriga mais de 50 mil militares, foi colocada em lockdown até as 19h daquele dia, com apoio de agências locais e do FBI. O presidente Barack Obama expressou condolências, e, em 2010, 52 pessoas receberam medalhas por suas ações durante o ataque, incluindo o Soldier’s Medal concedido postumamente ao capitão John Gaffaney, que tentou enfrentar o atirador.
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