O cometa interestelar 3I/ATLAS, terceiro objeto confirmado proveniente de fora do Sistema Solar, continua a ser alvo de intensas observações astronômicas em dezembro de 2025. Descoberto em julho pelo sistema ATLAS da NASA, o visitante segue uma trajetória hiperbólica que o levará a uma aproximação máxima da Terra em 19 de dezembro, a cerca de 270 milhões de quilômetros – distância segura, equivalente a quase duas vezes a separação entre Terra e Sol.
Nas últimas semanas, missões espaciais revelaram novidades significativas. A Agência Espacial Europeia (ESA), por meio do observatório XMM-Newton, capturou em 3 de dezembro uma imagem em raios X do cometa, mostrando um brilho de baixa energia gerado pela interação entre gases liberados pela coma (atmosfera gasosa) e o vento solar. Essa emissão, comum em cometas do Sistema Solar, é a primeira registrada em um objeto interestelar.
Paralelamente, a missão japonesa XRISM detectou um halo de raios X estendendo-se por aproximadamente 400 mil quilômetros ao redor do núcleo, associado a íons de carbono, nitrogênio e oxigênio. Especialistas apontam que esse fenômeno resulta de trocas de carga entre partículas solares e moléculas neutras do cometa, oferecendo pistas valiosas sobre sua composição química.
Imagens recentes do telescópio Gemini North, no Havaí, mostram a coma do 3I/ATLAS com um tom esverdeado mais pronunciado após a passagem pelo periélio (ponto mais próximo do Sol, em outubro). Essa coloração indica liberação de gases como dióxido de carbono e moléculas orgânicas complexas, diferenciando-o de cometas típicos. O Telescópio Espacial Hubble, em observação de 30 de novembro, registrou uma coma ativa e jatos de material, confirmando aumento de brilho e atividade.
Com magnitude aparente em torno de 11,5, o cometa é visível apenas com telescópios amadores de médio porte, posicionado atualmente na constelação de Leão. Sua velocidade superior a 130 mil km/h garante que, após a aproximação, ele deixará definitivamente o Sistema Solar em 2026.
Essas observações, coordenadas por agências como NASA, ESA e JAXA, representam uma oportunidade rara para estudar a química de sistemas estelares distantes. Embora o astrofísico Avi Loeb, de Harvard, destaque características incomuns – como acelerações não gravitacionais e estrutura da cauda –, a comunidade científica majoritária interpreta os dados como processos físicos naturais intensificados pela origem extraterrena do objeto.
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