Venezuela suspende acordos energéticos com Trinidad e Tobago em meio a tensões geopolíticas

TimeCras
Roberto Farias
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A relação energética entre Venezuela e Trinidad e Tobago sofreu um abalo significativo após o anúncio do presidente Nicolás Maduro de suspender, de forma imediata, todos os efeitos dos acordos bilaterais na área de energia. A decisão foi apresentada como uma medida de precaução diante do que Caracas considera uma ameaça direta à sua soberania: a aproximação militar entre o governo trinitino e os Estados Unidos.



Segundo o governo venezuelano, a presença de embarcações militares norte-americanas em exercícios conjuntos no Caribe transformaria Trinidad e Tobago em uma espécie de “porta-aviões do império dos EUA contra a Venezuela e a América do Sul”. Esse movimento foi interpretado como um risco estratégico, levando à interrupção de projetos que vinham sendo negociados há anos.

Entre os acordos suspensos está o desenvolvimento do campo de gás Dragon, localizado em águas venezuelanas e estimado em mais de 4 trilhões de pés cúbicos de reservas. O projeto envolvia a estatal PDVSA, a Shell e a National Gas Company de Trinidad, e era visto como uma oportunidade de fortalecer a integração energética regional.

A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, reagiu afirmando que seu país “não é suscetível a chantagens” e que o futuro energético da ilha não depende da Venezuela. A resposta evidencia o distanciamento político entre os dois vizinhos e reforça a aproximação de Porto Espanha com Washington.

Impactos da decisão

  • Econômicos: a suspensão pode atrasar investimentos bilionários e comprometer a exploração de gás natural no Caribe.
  • Geopolíticos: a medida reforça o isolamento da Venezuela e fortalece a presença dos EUA na região.
  • Regionais: a tensão adiciona um novo ponto de instabilidade no Caribe, em um momento em que a Venezuela já enfrenta sanções internacionais e crise econômica.

A suspensão dos acordos energéticos marca um novo capítulo na disputa de influência no Caribe, onde energia e segurança caminham lado a lado. O futuro do campo Dragon e de outros projetos conjuntos permanece incerto, enquanto a rivalidade política ganha força.


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