Dois pesos, duas medidas? Rússia usa armas da China e Coreia do Norte, mas Ucrânia é impedida de receber Tomahawks

TimeCras
Roberto Farias
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Enquanto a Rússia amplia sua aliança militar com regimes autoritários, o Ocidente hesita em liberar mísseis estratégicos à Ucrânia, temendo uma escalada nuclear.

A guerra na Ucrânia entrou em uma nova fase de tensão geopolítica. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky renovou seu apelo aos Estados Unidos pelo envio de mísseis Tomahawk — armamento de longo alcance que poderia atingir alvos estratégicos dentro da Rússia. A resposta do Kremlin foi imediata: ameaças de retaliação nuclear e advertências sobre “consequências irreversíveis”.

Mas o que mais chama atenção é o aparente desequilíbrio nas regras do jogo. Enquanto a Rússia recebe drones, munições e até soldados da Coreia do Norte e apoio tecnológico da China, a Ucrânia é pressionada a manter limites rígidos sobre o uso de armamentos ocidentais.


🔥 O arsenal russo: ajuda de Pyongyang e Pequim

  • Coreia do Norte: Segundo autoridades ucranianas, militares norte-coreanos estão operando drones em missões de reconhecimento e ataque na região de Kursk e Sumy. Além disso, Pyongyang teria enviado mais de 13 mil soldados e fornecido milhões de cartuchos de artilharia.
  • China: Embora Pequim negue envolvimento direto, há indícios de fornecimento de componentes eletrônicos e tecnologia de navegação para mísseis russos, além de apoio indireto por meio de empresas privadas.
  • Cuba: Relatórios recentes indicam que até 25 mil cubanos estariam sendo recrutados para lutar ao lado das forças russas, substituindo gradualmente os norte-coreanos.


🚀 Por que a Ucrânia não pode usar Tomahawks?

Apesar do apoio militar ocidental, a Ucrânia enfrenta restrições quanto ao uso de armamentos de longo alcance. Os EUA e aliados temem que o uso de mísseis como os Tomahawk — capazes de atingir Moscou — possa ser interpretado como um ataque direto da OTAN, provocando uma resposta nuclear da Rússia.

Donald Trump, que inicialmente cogitou enviar os mísseis, recuou após uma ligação com Vladimir Putin. O presidente russo teria deixado claro que não aceitaria a presença de Tomahawks no teatro de guerra, alegando que não é possível distinguir entre versões convencionais e nucleares desses mísseis após o lançamento.


⚖️ Dois pesos, duas medidas?

A disparidade é evidente: a Rússia amplia sua guerra com apoio de regimes autoritários, enquanto a Ucrânia, mesmo sendo invadida, precisa negociar cada armamento com cautela. Como destacou o analista Germano Almeida, “a Rússia usa mísseis norte-coreanos e a Ucrânia não pode usar armas ocidentais para se defender?”.

Essa assimetria levanta questões sobre a coerência das políticas de contenção do Ocidente e o risco de permitir que a Rússia dite os termos do conflito por meio da intimidação nuclear.


🧭 O que esperar?

Se os EUA cederem e enviarem os Tomahawks, o conflito pode escalar rapidamente. A Rússia já sinalizou que considera isso uma “linha vermelha”. Por outro lado, a hesitação do Ocidente pode prolongar a guerra e enfraquecer a posição ucraniana nas negociações de paz.

O mundo está diante de um dilema: conter a escalada ou permitir que o medo paralise a defesa de uma nação soberana?


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