Rússia e o Retorno ao Escambo: Reflexo de um Sistema em Reconfiguração

TimeCras
Roberto Farias
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Em meio ao endurecimento das sanções internacionais e ao isolamento financeiro, a Rússia parece estar revivendo uma prática que muitos consideravam extinta: o escambo. Essa forma de troca direta de bens e serviços, sem o uso de moeda, está ressurgindo como alternativa estratégica em acordos bilaterais com países como Irã, China e Coreia do Norte.


Embora o escambo não seja novidade na história russa, seu retorno em pleno século XXI levanta questões sobre a resiliência e os limites do sistema econômico do país. Nos anos 1990, após o colapso da União Soviética, o escambo foi uma resposta improvisada ao colapso da moeda e à hiperinflação. Empresas trocavam aço por alimentos, combustível por medicamentos — tudo para manter a produção funcionando em meio ao caos.


Hoje, o cenário é diferente, mas os motivos têm ecos do passado. A Rússia busca driblar o sistema financeiro global, contornar restrições ao uso do dólar e do euro, e preservar sua capacidade de exportar energia, fertilizantes e grãos. O escambo, nesse contexto, não é apenas uma solução emergencial, mas uma ferramenta geopolítica.


🔍 O que isso revela?

  • Uma tentativa de redefinir as regras do comércio internacional
  • A fragilidade das economias dependentes de moedas fortes
  • A ascensão de blocos alternativos que desafiam a hegemonia ocidental


Se por um lado o escambo pode parecer um retrocesso, por outro, ele sinaliza uma adaptação ousada diante de um cenário global em mutação. A Rússia está apostando em uma nova lógica de trocas — menos dependente de instituições financeiras e mais alinhada a interesses estratégicos.


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