Em um episódio que mistura política, cultura pop e controvérsia, o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) publicou um vídeo oficial que deixou muita gente perplexa. A gravação mostrava agentes do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega) realizando prisões de imigrantes ilegais — até aí, uma prática comum dentro da política migratória norte-americana. O que causou espanto foi a trilha sonora escolhida: nada menos que a icônica música do anime Pokémon, com o refrão “Gotta catch 'em all” (em português, “Temos que pegar”).
A frase, originalmente usada para incentivar crianças a colecionar criaturas fictícias, foi reaproveitada em um contexto completamente diferente — e, para muitos, profundamente insensível. A mensagem implícita parecia transformar a detenção de seres humanos em uma espécie de “jogo”, gerando críticas de organizações de direitos humanos, ativistas e até fãs da franquia japonesa.
Esse tipo de comunicação não é isolado. Durante o governo Trump, outras postagens oficiais adotaram tom provocativo, como vídeos em estilo ASMR mostrando detenções com estética relaxante, como se fossem conteúdo de entretenimento. A estratégia parece clara: usar o sarcasmo como ferramenta política para reforçar uma postura dura contra a imigração ilegal e, ao mesmo tempo, provocar opositores.
Mas até que ponto o uso de elementos da cultura pop em campanhas governamentais é aceitável? Quando a linha entre informação e espetáculo é cruzada, o debate deixa de ser apenas político e passa a ser ético. O episódio nos convida a refletir sobre como a linguagem visual e sonora pode moldar narrativas — e, mais importante, como essas narrativas afetam vidas reais.
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