Novos Avistamentos de Drones Paralisam Aeroporto de Aalborg e Reforçam Suspeitas de Ataque Híbrido Russo

TimeCras
Roberto Farias
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A Dinamarca permanece imersa em um clima de alta vigilância após uma nova onda de drones não identificados forçar o fechamento do Aeroporto de Aalborg na madrugada desta quinta-feira, marcando o segundo incidente grave no país em menos de 72 horas. O que se iniciou como um evento isolado na capital na noite de segunda-feira, 22 de setembro, transformou-se em uma sequência de intrusões aéreas que agora atinge o norte do país, intensificando temores de uma campanha coordenada de guerra híbrida, com indícios crescentes apontando para envolvimento russo. A primeira-ministra Mette Frederiksen reiterou que esses episódios representam "o ataque mais grave contra infraestruturas críticas" na história recente da nação, enquanto a OTAN eleva alertas e discute medidas de retaliação coletiva.


O epicentro inicial da crise foi o Aeroporto de Copenhague (Kastrup), principal hub aéreo escandinavo. Às 20h26 locais de segunda-feira, dois a três drones de porte elevado – descritos como "maiores que modelos civis comuns" e operados com manobras que sugerem "um operador qualificado" – violaram o espaço aéreo restrito, paralisando decolagens e pousos por quase quatro horas. Pelo menos 31 voos foram redirecionados para a Suécia e outras cidades dinamarquesas, impactando mais de 20 mil passageiros com atrasos, cancelamentos e cenas de desordem nos terminais. Helicópteros militares foram despachados para monitoramento, mas a decisão de não abater os intrusos priorizou a segurança, evitando riscos de colisões com aeronaves civis ou depósitos de combustível adjacentes.


A propagação foi rápida. Na madrugada de terça-feira, 23 de setembro, o Aeroporto de Oslo, na Noruega vizinha, registrou avistamentos similares, com um drone sobrevoando a zona militar da Fortaleza de Akershus, sede de comandos da OTAN. Sirenes de alerta aéreo ecoaram pela primeira vez em décadas na capital norueguesa, e dois turistas de Singapura foram brevemente detidos por uso de drone recreativo em área proibida – caso descartado como coincidência. Autoridades dinamarquesas e norueguesas investigam conexões, com a polícia destacando as "manobras sofisticadas" dos aparelhos, que ligavam e desligavam luzes antes de sumirem, indicando testes deliberados de vulnerabilidades.


Atualizações em tempo real expõem uma escalada preocupante. Na noite de terça-feira, a Polícia Nacional Dinamarquesa confirmou novos relatos no sul e norte: drones foram avistados próximos aos aeroportos de Esbjerg, Sønderborg e Aalborg, além da Base Aérea de Skrydstrup, quartel-general dos caças F-16 e F-35 da Força Aérea Real Dinamarquesa. O Aeroporto de Aalborg, que atende voos comerciais e militares, suspendeu operações na madrugada de quinta-feira, 25 de setembro, após detecção de múltiplos drones em seu espaço aéreo – um padrão similar aos de Copenhague. Três voos de chegada foram desviados, e helicópteros equipados com contramedidas antidrones foram mobilizados na Jutlândia do Norte. "Trata-se de uma ameaça significativa de sabotagem", alertou o Serviço de Inteligência da Polícia (PET), em parceria com forças armadas e aliados internacionais. O comissário nacional Thorkild Fogde não descartou um "estado de emergência" iminente, que poderia incluir toques de recolher localizados e reforço nas fronteiras. Até o momento, as autoridades verificaram os objetos como drones, mas não identificaram controladores ou intenções explícitas de dano, priorizando a neutralização segura.

Suspeitas de Envolvimento Russo:
As suspeitas concentram-se na Rússia, em meio a um contexto de fricções crescentes no Mar Báltico. Frederiksen associou os incidentes a violações recentes de espaço aéreo na Estônia, Polônia e Romênia – atribuídas a drones e aviões russos – e a ciberataques contra aeroportos europeus no fim de semana anterior. "Isso integra um padrão de provocações destinadas a desestabilizar a OTAN", afirmou a premiê em coletiva de imprensa, destacando diálogos urgentes com membros da aliança. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky foi categórico, acusando Moscou de "operação híbrida" para intimidar aliados ocidentais, enquanto o Kremlin, por meio do porta-voz Dmitri Peskov, qualificou as alegações de "infundadas". A OTAN anunciou reforço imediato de ativos navais e aéreos no Báltico para "dissuadir ameaças de qualquer origem", com o secretário-geral Mark Rutte convocando uma reunião sob o Artigo 4. Investigadores exploram hipóteses como lançamentos de navios no Estreito de Øresund, dada a proximidade do aeroporto de Copenhague a rotas marítimas movimentadas.

Análises e Implicações
Especialistas em segurança alertam para perigos de uma escalada incontrolável. Os drones exibem evasão avançada, revelando falhas na defesa aérea europeia. "Não é mero transtorno; é uma exibição de força que avalia nossa resiliência sem confronto direto", observou um oficial da OTAN anonimamente. A Comissão Europeia, via presidente Ursula von der Leyen, descreveu os eventos como "padrão de contestação persistente em nossas fronteiras". Enquanto buscas por embarcações suspeitas prosseguem, a população é instada a reportar avistamentos e evitar zonas sensíveis. A crise, agora com impactos em múltiplos aeroportos, reacende discussões sobre a prontidão da Europa para táticas assimétricas, em um outono sob a sombra de potenciais conflitos. A Dinamarca planeja aderir a um "muro de drones" da UE na sexta-feira para fortalecer defesas fronteiriças.

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