A retórica beligerante da Federação Russa ganhou mais um capítulo preocupante. Desta vez, o alvo é a Finlândia — país que, após décadas de neutralidade, decidiu se unir à OTAN em 2023, buscando reforçar sua segurança diante da crescente instabilidade no leste europeu.
Recentemente,
Andrei Kartapolov, chefe do Comitê de Defesa da Duma Estatal russa, lançou uma declaração carregada de ameaças veladas:
“A política incompetente da liderança finlandesa pode levar a consequências trágicas e isso pesará em suas consciências. Sabemos como proteger nossos interesses e estamos prontos para qualquer opção para o desenvolvimento dos eventos.”
Esse tipo de discurso não é novo. A Rússia tem utilizado acusações infundadas e narrativas conspiratórias como justificativa para ações militares — como vimos na invasão da Ucrânia. Dmitry Medvedev, ex-presidente russo, chegou a afirmar que a Finlândia estaria preparando uma “cabeça de ponte” para atacar a Rússia, uma alegação sem qualquer base factual, mas que serve ao propósito de alimentar o medo interno e legitimar possíveis agressões externas.
A Finlândia, por sua vez, tem se mostrado firme. Sua entrada na OTAN foi uma resposta clara à ameaça russa, e seu governo tem reforçado que não aceitará intimidações. A história mostra que Moscou respeita força e determinação — e Helsinque parece ter aprendido essa lição.
O uso da palavra “fascismo” pela Rússia para descrever países democráticos que resistem à sua influência é uma tática recorrente. Ao pintar a Finlândia como um “viveiro de fascismo”, o Kremlin tenta justificar antecipadamente qualquer ação hostil, criando uma narrativa conveniente para consumo interno e externo.
Mais do que uma disputa territorial, o que está em jogo é a soberania dos países vizinhos da Rússia e a estabilidade da ordem internacional. A Finlândia, assim como a Ucrânia, representa um símbolo de resistência democrática — e isso incomoda profundamente regimes autoritários.
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