São Bernardo do Campo (SP), 14 de agosto de 2025 — A cidade de São Bernardo do Campo enfrenta uma reviravolta política após o afastamento do prefeito Marcelo Lima (Podemos), determinado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A decisão, que impõe um afastamento de 12 meses, ocorre no contexto da Operação Estafeta, conduzida pela Polícia Federal, que investiga um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.
Marcelo Lima, que assumiu o cargo em janeiro de 2025 após vencer o segundo turno com 55,74% dos votos válidos, é acusado de utilizar recursos ilícitos para custear despesas pessoais, além de estar envolvido em contratos suspeitos nas áreas de obras e saúde. A investigação teve início após a apreensão de R$ 14 milhões e US$ 500 mil em espécie com um servidor público ligado diretamente ao gabinete do prefeito.
Segundo os autos, há indícios de que empresas contratadas pela prefeitura realizavam pagamentos indevidos em benefício do chefe do Executivo. Como medida cautelar, Marcelo Lima foi obrigado a utilizar tornozeleira eletrônica e está proibido de acessar qualquer dependência da prefeitura durante o período de afastamento.
Com a vacância temporária do cargo, quem assume a gestão municipal é a vice-prefeita Jéssica Cormick (Avante), que entra para a história como a primeira mulher a comandar o Executivo de São Bernardo do Campo. Cormick, sargento da Polícia Militar e figura de destaque na política local, promete uma administração pautada pela transparência e pela retomada da confiança pública.
A operação segue em curso, e novas diligências estão previstas para os próximos dias. O Ministério Público acompanha o caso e não descarta denúncias formais contra o prefeito afastado e outros envolvidos.
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