Alabuga: O Coração da Produção Russa de Drones Kamikaze

Com apoio iraniano e mão de obra internacional, a Rússia transforma Alabuga em um centro de guerra tecnológica com metas de produção que desafiam a capacidade de defesa da Ucrânia.

🏭 A Fábrica de Alabuga: Infraestrutura e Capacidade

Localizada na maior zona econômica especial da Rússia, em Tartaristão, a fábrica de Alabuga ocupa cerca de 4.000 hectares e é gerida pelo Ministério de Relações Fundiárias da região. Desde 2023, tornou-se o principal polo de fabricação dos drones Shahed-136, conhecidos como Geran-2 na nomenclatura russa.

• Produção em 2024: Mais de 6.000 drones kamikaze.
• Meta para 2025: 8.000 a 10.000 drones de combate e 15.000 drones de engano.
• Contrato com o Irã: US$ 1,75 bilhão, incluindo transferência de tecnologia, treinamento e componentes.

⚙️ Tecnologia e Componentes

A fábrica recebeu cerca de 600 drones desmontados do Irã, além de motores, sistemas eletrônicos e ogivas. A partir disso, a Rússia passou a fabricar localmente os componentes restantes, incluindo:

• Warheads de alta fragmentação, com potencial destrutivo ampliado.
• Explosivos termobáricos, capazes de gerar sobrepressão e temperaturas extremas.
• Uso de materiais importados da China e Japão, como esferas de aço SHX e sistemas de ignição.

🌍 Mão de Obra Internacional

Para sustentar o ritmo de produção, a fábrica recrutou estudantes africanos, oferecendo moradia e salários atrativos. Essa estratégia gerou controvérsia internacional, mas permitiu à Rússia manter uma força de trabalho constante e barata.

💥 Ataques e Vulnerabilidades

Em abril de 2025, a fábrica foi alvo de um ataque com drones ucranianos, causando explosões na região de Yelabuga. Embora autoridades russas afirmem que não houve vítimas, o episódio expôs vulnerabilidades mesmo em instalações de alta segurança.

• Defesas aéreas russas interceptaram parte dos UAVs.
• Aeroportos em Kazan e Nizhnekamsk foram temporariamente fechados.

🎯 Impacto Estratégico

Os drones Shahed/Geran-2 são armas de baixo custo e alta eficácia, ideais para ataques de saturação contra infraestrutura civil e militar. Com alcance de até 2.500 km e ogivas de 40 a 50 kg, eles representam uma ameaça constante à Ucrânia.

• Taxa de interceptação ucraniana: entre 80% e 90%, mas com queda recente.
• Alvo preferencial: infraestruturas energéticas, comunicações e transporte.