Irã intensifica repressão com prisões em massa e execuções após conflito com Israel

TimeCras
Roberto Farias
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O governo iraniano iniciou uma ampla campanha de repressão interna logo após o cessar-fogo com Israel, promovendo uma série de prisões em massa e execuções sob a justificativa de combater redes de espionagem estrangeiras. A medida, segundo autoridades locais, visa desmantelar supostos infiltrados do Mossad e de outras agências de inteligência ocidentais que teriam atuado durante os 12 dias de conflito.

Caça a espiões ou silenciamento de dissidentes?

De acordo com a agência estatal Fars, mais de 700 pessoas foram detidas em diferentes regiões do país, acusadas de colaborar com serviços secretos como o Mossad (Israel), CIA (EUA) e MI6 (Reino Unido). O Ministério da Inteligência do Irã classificou a operação como uma “batalha implacável” contra ameaças à segurança nacional.

Durante o conflito, três pessoas foram executadas por espionagem, e outras três foram enforcadas no dia seguinte ao cessar-fogo, em 25 de junho. A televisão estatal exibiu confissões de alguns dos detidos, mas organizações de direitos humanos alertam para a possibilidade de coerção e julgamentos injustos.

Medo e vigilância digital

Além das prisões, o governo iraniano passou a enviar mensagens de advertência por SMS a cidadãos cujos números de telefone apareceram em páginas de redes sociais associadas a Israel. O conteúdo das mensagens alertava que a permanência nessas páginas poderia resultar em processos judiciais.

Jornalistas iranianos que atuam no exterior também se tornaram alvos. Profissionais da BBC Persian, Iran International e Manoto TV relataram intimidações e ameaças, enquanto o regime reforça o controle sobre a informação e a narrativa oficial.

Crescimento alarmante das execuções

Segundo a ONG Iran Human Rights, o Irã dobrou o número de execuções no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Foram 230 pessoas executadas entre janeiro e março, muitas delas por crimes como tráfico de drogas e assassinato, mas também por acusações políticas e religiosas.

O diretor da ONG, Mahmood Amiry-Moghaddam, alertou que o regime pode estar aproveitando o foco internacional no conflito para intensificar a repressão interna sem grande repercussão externa.

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