Haddad e o Jogo Fiscal: Entenda os Bloqueios no Orçamento Brasileiro

Roberto Farias
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Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem enfrentado um desafio de malabarismo financeiro para manter as contas públicas em ordem sob o novo arcabouço fiscal, implementado em 2023. Esse conjunto de regras, que limita o crescimento dos gastos públicos a até 2,5% acima da inflação, trouxe uma palavra que ecoa nos noticiários: bloqueio. Mas o que isso significa na prática?
No fim de 2023, Haddad sinalizou que o Orçamento de 2024 poderia sofrer cortes entre R$ 22 bilhões e R$ 23 bilhões para alcançar a meta de déficit zero. Em 2024, os bloqueios se concretizaram: cerca de R$ 20 bilhões foram retidos, incluindo R$ 11,2 bilhões em julho e mais R$ 5 bilhões em novembro. Esses cortes atingem despesas discricionárias, como investimentos em obras do PAC, o que gerou atritos com outros setores do governo, como a Casa Civil.
Diferentemente do contingenciamento, que ocorre quando a arrecadação decepciona, o bloqueio é uma medida para enquadrar os gastos no teto do arcabouço. Em 2025, novos ajustes estão no horizonte, já que Haddad reiterou o compromisso com a meta fiscal, apesar das pressões por mais recursos e do ceticismo do mercado sobre a viabilidade de zerar o déficit.
Esses movimentos refletem a tentativa de equilibrar responsabilidade fiscal com demandas por investimentos. Enquanto o governo busca manter a credibilidade, os cortes inevitavelmente mexem com prioridades, como infraestrutura. O que resta é acompanhar como Haddad navegará esse cenário em 2025, com o desafio de manter a economia nos trilhos sem sacrificar promessas de campanha.

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