Tanques do Exército Sul-Coreano Realizam Manobras em Pocheon Enquanto o Norte Ameaça Cortar Comunicações

Roberto Farias
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Tanques do Exército da Coreia do Sul estão em ação em Pocheon, cidade situada a 46 km da capital e apenas 15 km da zona desmilitarizada que separa as duas Coreias. Em meio à realização desses exercícios militares, a Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira (27) sua intenção de encerrar o último canal de comunicação com o Sul, alegando que uma guerra pode eclodir "a qualquer momento".

A declaração ocorre poucos dias após o governo norte-coreano ter alertado sobre um possível ataque nuclear contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos, inserindo essa medida em uma sequência de ameaças bélicas. O movimento responde tanto às novas sanções impostas pela ONU – decorrentes do seu terceiro teste nuclear realizado em fevereiro – quanto aos recentes exercícios militares conjuntos, considerados "hostis", entre os EUA e a Coreia do Sul.

O regime de Pyongyang já havia interrompido as comunicações por meio de uma linha direta com o Exército norte-americano, que supervisiona a fortemente armada Zona Desmilitarizada (DMZ), e desativou a linha utilizada pela Cruz Vermelha para conectar os governos dos dois lados. Conforme um porta-voz militar citado pela agência KCNA, "na situação em que uma guerra pode estourar a qualquer momento, não há razão para manter as comunicações estabelecidas entre as Forças Armadas do Norte e do Sul", reforçando que atualmente não existe canal de diálogo entre a Coreia do Norte, os EUA e a Coreia do Sul.

Vale lembrar que, apesar do armistício que encerrou as hostilidades de 1950 a 1953, as Coreias permanecem tecnicamente em guerra e, recentemente, o Norte suspendeu a validade desse acordo, intensificando a tensão na região.

Além disso, o canal de comunicação que será cortado desempenha um papel fundamental no projeto industrial de Kaesong, onde 123 empresas sul-coreanas empregam mais de 50 mil trabalhadores norte-coreanos na produção de bens domésticos. Este é o único empreendimento conjunto que ainda opera entre as Coreias, após o Sul ter reduzido drasticamente sua assistência e comércio com o Norte em resposta a incidentes graves, como a morte de um turista sul-coreano e o naufrágio de uma embarcação naval – ambos atribuídos à Coreia do Norte.

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