Dois anos e quatro meses após ser denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, a atriz Deborah Secco permanecia com R$ 967 mil e bens bloqueados pela Justiça, em um processo envolvendo 87 réus acusados de enriquecimento ilícito e improbidade administrativa. A ação, iniciada em 2010, investigava um suposto esquema de desvio de dinheiro público, conhecido como “esquema das ONGs”. Segundo o MP, a família Secco teria lucrado mais de R$ 1 milhão. A denúncia resultou na quebra de sigilo bancário, bloqueio de contas e arresto de bens dos envolvidos, limitando Deborah a movimentar apenas a conta onde recebia seu salário da TV Globo.
O caso teve origem com uma representação do Sindicato dos Enfermeiros, que questionou contratações de profissionais pela Fundação Escola do Serviço Público (Fesp). As investigações revelaram que sete órgãos estaduais, incluindo Detran e secretarias de Educação e Segurança, contratavam a Fesp para projetos mal definidos de terceirização de mão de obra. Incapaz de executar os serviços, a Fesp subcontratava quatro ONGs, representadas por Ricardo Tindó Ribeiro Secco, pai de Deborah, em contratos sem especificação clara de objeto ou quantidade de serviços. Parte dos recursos públicos foi desviada para empresas fantasmas e indivíduos, com cheques emitidos até para a campanha de Anthony Garotinho à presidência em 2006.
No dia 25 de abril de 2012, o juiz Alexandre de Carvalho Mesquita, da 3ª Vara de Fazenda Pública, consultou o desembargador Luiz Felipe Francisco, da 8ª Câmara Civil, sobre a possibilidade de liberar os valores bloqueados, após a defesa de Deborah, seus irmãos Bárbara e Ricardo, e sua mãe Sílvia solicitar a suspensão da ação. O magistrado analisava o pedido, enquanto a família lutava para desbloquear os bens. Procurados, Deborah e seu advogado, Rodrigo Soares, optaram por não comentar o caso.
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