Entre o Ártico canadense e a Terra do Fogo, na Argentina, vive um verdadeiro símbolo da resistência e da conexão entre os ecossistemas das Américas: o B95, um maçarico-do-papo-vermelho que já percorreu mais de 540 mil quilômetros ao longo de sua vida — uma distância superior à que separa a Terra da Lua.
Marcado com uma anilha em 1995, esse pássaro migratório sobreviveu a predadores, tempestades, escassez de alimento e à degradação de habitats. Estima-se que ele tenha vivido pelo menos 18 anos, o que, para a espécie, equivale a um centenário humano. Sua longevidade e resiliência o transformaram em ícone entre os cientistas e amantes da natureza.
A cada ano, o B95 realiza uma jornada de cerca de 30 mil quilômetros, cruzando continentes sem fronteiras. Em sua rota migratória, ele passa por locais como o Brasil, Uruguai e Estados Unidos, onde enfrenta desafios como a redução de ovos de caranguejo-ferradura — sua principal fonte de energia antes de seguir rumo ao Ártico.
Além de inspirar estudos científicos, o B95 também ganhou espaço na cultura: virou personagem de peça de teatro, conto literário e até tema de um livro do escritor americano Phillip Hoose. Para a bióloga argentina Patricia González, que participou de sua marcação, ele representa mais do que uma ave: é um alerta sobre a fragilidade dos ecossistemas e a interdependência entre os povos e a natureza.
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