Massacre em Hula: Síria Nega Responsabilidade e Atribui Ataque a Terroristas

TimeCras
Roberto Farias
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O governo sírio negou veementemente, neste domingo, 27 de maio de 2012, qualquer envolvimento no massacre de Hula, no centro da Síria, onde cerca de 100 pessoas, incluindo mulheres, crianças e idosos, foram mortas na sexta-feira, dia 26. Em entrevista coletiva em Damasco, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Jihad Maqdissi, rejeitou as acusações e apontou o dedo para "grupos terroristas". "Mulheres, crianças e idosos foram mortos a tiros. Essa não é a marca do heróico Exército sírio", declarou, defendendo as forças do regime.
Ativistas da oposição elevaram o número de vítimas para 109 civis, marcando o episódio como um dos mais sangrentos nos 14 meses de revolta contra o presidente Bashar al-Assad. Outras fontes estimam cerca de 100 mortos. Imagens chocantes dos corpos, exibidas tanto pela oposição quanto pela TV estatal síria, intensificaram a polêmica. Segundo Maqdissi, por volta das 14h de sexta-feira, "centenas de homens armados" em caminhonetes, carregando morteiros, metralhadoras e, pela primeira vez, "mísseis antitanque", atacaram postos militares em Hula. Ele alegou que as tropas do governo agiram em "legítima defesa", sem avançar sobre a área.
Para apurar os fatos, o Ministério de Relações Exteriores anunciou a formação de um comitê militar, às vésperas da visita do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, marcada para segunda-feira. O regime insiste que o ataque foi obra de terroristas, uma narrativa já apresentada no sábado, quando a TV estatal usou as mesmas imagens das vítimas para culpar grupos armados.
A tragédia provocou indignação global. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e Kofi Annan classificaram o massacre como uma violação "espantosa e terrível" do direito internacional. A França exigiu ações para implementar o plano de paz, enquanto o Reino Unido, por meio do ministro das Relações Exteriores, William Hague, pediu uma "resposta internacional forte". Hague anunciou a intenção de convocar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para pressionar por medidas contra a escalada de violência na Síria.
O massacre de Hula expõe a fragilidade do cessar-fogo proposto por Annan e intensifica o clamor por uma solução para a crise, que já deixou milhares de mortos desde 2011. Enquanto o governo e a oposição trocam acusações, o mundo aguarda os resultados da investigação e uma reação coordenada para deter o derramamento de sangue.

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