Câmeras de Segurança Flagram Ataque Norte-Coreano em Yeonpyeong

Roberto Farias
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Em 23 de novembro de 2010, a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, situada no disputado Mar Amarelo, tornou-se palco de um dos mais graves conflitos entre as Coreias desde o fim da Guerra da Coreia em 1953. Câmeras de segurança, incluindo registros de fontes locais e turistas, capturaram o momento exato em que a Coreia do Norte disparou cerca de 170 projéteis de artilharia contra a ilha, em um ataque que matou dois fuzileiros navais sul-coreanos, dois civis e deixou 16 feridos, além de destruir cerca de 70 residências. As imagens, amplamente divulgadas por emissoras como KBS e YTN, mostram colunas de fumaça subindo da ilha e o pânico dos moradores, que correram para abrigos antibombas.
O ataque ocorreu às 14h34 (horário local) e foi uma resposta, segundo a Coreia do Norte, a exercícios militares sul-coreanos na região, que Pyongyang considerou uma provocação em suas águas territoriais. A Coreia do Sul, por sua vez, negou que seus disparos de treinamento, parte do exercício Hoguk, tenham cruzado a Linha de Limite Norte (NLL), a fronteira marítima contestada. Em retaliação, o exército sul-coreano disparou cerca de 80 projéteis e mobilizou caças F-16, elevando o alerta militar ao nível máximo em tempos de paz.
As imagens das câmeras de segurança, somadas a relatos de testemunhas, mostram a destruição causada pelos projéteis norte-coreanos, que atingiram uma base militar e áreas civis. “Casas e montanhas estão em chamas, as pessoas estão evacuando”, relatou um morador à YTN. O incidente, que durou cerca de uma hora, intensificou as tensões na península coreana, com os Estados Unidos, Japão e Reino Unido condenando o ataque, enquanto a China, aliada de Pyongyang, evitou apontar culpados.
O bombardeio de Yeonpyeong foi interpretado por analistas como uma tentativa da Coreia do Norte de afirmar sua posição em meio a disputas regionais e à sucessão de Kim Jong-il por seu filho, Kim Jong-un. A Coreia do Sul, sob o comando do presidente Lee Myung-bak, prometeu “retaliação enérgica” em caso de novas provocações, reforçando sua presença militar na ilha com artilharia e helicópteros de ataque nos meses seguintes.
Este episódio permanece como um lembrete da fragilidade da paz na península coreana, onde incidentes na fronteira marítima continuam a desafiar a estabilidade regional. As imagens capturadas pelas câmeras de segurança não apenas documentaram a violência, mas também serviram como prova da gravidade do ataque, intensificando o debate global sobre as intenções da Coreia do Norte.

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