Irã Critica “Excesso de Transparência” em Reunião da AIEA e Acusa EUA de Obstrução

TimeCras
Roberto Farias
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Durante uma reunião do Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, em setembro de 2008, o embaixador iraniano Ali Asghar Soltanieh declarou que o Irã estava sendo penalizado por sua “excessiva transparência” e cooperação com a agência. Segundo ele, a abertura do país em permitir inspeções detalhadas de seu programa nuclear nos meses anteriores manteve o tema sob constante escrutínio da AIEA, em vez de esclarecer as dúvidas internacionais. Soltanieh criticou os Estados Unidos e seus aliados por fornecerem à agência documentos, conhecidos como “supostos estudos”, que acusam o Irã de realizar pesquisas para desenvolver armas nucleares. Ele destacou que esses documentos não foram compartilhados em sua forma original com Teerã, impedindo o país de analisá-los ou refutá-los adequadamente, sob a alegação de que o acesso poderia auxiliar o Irã na construção de bombas.
O diretor-geral da AIEA, Mohamed ElBaradei, reforçou a necessidade de cooperação mútua, solicitando, na segunda-feira anterior à reunião, que os EUA entregassem os documentos originais ao Irã para agilizar a investigação. A recusa de Washington, no entanto, foi apontada como um obstáculo significativo. Em seu último relatório, ElBaradei enfatizou que o Irã precisava esclarecer a autenticidade das informações fornecidas para que a AIEA pudesse avançar na verificação do programa nuclear. Teerã, por sua vez, insistiu que as alegações eram fabricadas, mantendo a tensão em um impasse diplomático.
O cenário de 2008 reflete um momento de instabilidade global, com o programa nuclear iraniano no centro das atenções internacionais. Paralelamente, o Brasil enfrentava seus próprios desafios: a crise financeira global abalava a economia, marcando o fim dos chamados “anos dourados” do crescimento econômico, enquanto o Rio de Janeiro lidava com uma onda de violência urbana, incluindo assaltos a vans e intensos conflitos relacionados ao tráfico de drogas. A conjuntura, tanto no Irã quanto no Brasil, evidencia um período de incertezas políticas, econômicas e sociais que moldaram o debate global na época.

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