Rio em alerta: arrastões e roubos se espalham após megaoperação contra o Comando Vermelho

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Roberto Farias
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Por Roberto — 29 de outubro de 2025  Atualização: 15:42

Enquanto a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha segue em curso, o restante do Rio de Janeiro enfrenta uma nova onda de violência. Arrastões, roubos e incêndios criminosos foram registrados em diferentes regiões da cidade, em uma possível retaliação coordenada pelo Comando Vermelho (CV).

A ofensiva policial, batizada de Operação Contenção, já deixou 128  mortos e 113 presos, incluindo lideranças da facção com atuação interestadual. Agora, o CV parece reagir com ações simultâneas fora das áreas ocupadas.

🚨 Onda de ataques em vias urbanas

Moradores e motoristas relataram momentos de pânico em diversos pontos da cidade:

  • Arrastões em avenidas expressas, como a Avenida Brasil, Linha Vermelha e Estrada do Catonho
  • Saque de comércios em bairros da Zona Norte e Oeste
  • Ônibus incendiados em pelo menos três localidades, bloqueando vias e espalhando medo
  • Roubos de veículos em cruzamentos estratégicos, com criminosos armados abordando motoristas

Vídeos circulam nas redes sociais mostrando grupos encapuzados agindo em plena luz do dia, enquanto sirenes ecoam em diferentes bairros.

🛡️ Reação das autoridades

A Secretaria de Segurança Pública confirmou que:

  • O patrulhamento foi reforçado em áreas críticas, com apoio do Batalhão de Choque e do BOPE
  • Equipes da Polícia Civil estão investigando a origem das ordens de ataque
  • Monitoramento aéreo e por drones está sendo usado para rastrear movimentações suspeitas

📌 Contexto da escalada

A megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha revelou uma rede nacional do Comando Vermelho, com conexões diretas com criminosos do Pará, Bahia e Espírito Santo. A morte de Júlio Souza Silva, liderança baiana da facção, e o uso de drones armados contra policiais marcaram uma nova fase no enfrentamento entre o Estado e o crime organizado.

As ações fora dos complexos indicam que o CV ainda mantém capacidade de mobilização e influência territorial, mesmo sob forte pressão policial.

🕯️ Memória e honra: os policiais que tombaram na operação

Quatro homens que vestiam a farda com coragem e convicção perderam a vida durante a operação mais letal da história do Rio de Janeiro. Cada um deles carregava uma trajetória marcada por serviço, família e vocação.


1 - Rodrigo Velloso Cabral – Inspetor da Polícia Civil, 34 anos

Recém-ingresso na corporação, Rodrigo havia tomado posse dois meses antes da operação. Jovem, idealista e apaixonado pelo Botafogo, ele foi atingido por um tiro fatal na nuca. Seu sonho de servir à sociedade foi interrompido precocemente.

2 - Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho – Delegado da  Polícia Civil, 51 anos

Conhecido como “Máskara” entre os colegas, Marcus era chefe da 53ª DP (Mesquita) e tinha mais de duas décadas de experiência. Atuava diretamente contra o crime organizado e era referência em operações complexas. Sua morte deixou um vazio na Polícia Civil.

3- Cleiton Serafim Gonçalves – Sargento do BOPE, 42 anos

Veterano da Polícia Militar desde 2008, Cleiton era conhecido por sua postura firme e discreta. Pai de uma menina e marido dedicado, ele foi ferido em combate e não resistiu após ser socorrido. Sua morte abalou profundamente os colegas do batalhão de elite.

4 - Heber Carvalho da Fonseca – Sargento do BOPE, 39 anos

Com 14 anos de serviço, Heber era respeitado por sua disciplina e espírito de equipe. Deixa esposa, dois filhos e um enteado. Foi atingido durante o confronto e morreu no Hospital Getúlio Vargas. Seu nome agora ecoa como símbolo de bravura.

Esses homens foram promovidos postumamente e homenageados com honras militares. Suas histórias não se encerram com a tragédia — elas se transformam em legado.

📣 Conclusão

O Rio de Janeiro vive um momento crítico. A megaoperação representa um avanço na repressão ao tráfico, mas os ataques em outras regiões mostram que o enfrentamento ao crime organizado exige estratégia, inteligência e presença constante do Estado. A população segue em alerta, enquanto as forças de segurança intensificam ações para conter a escalada da violência.

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