A possibilidade de os Estados Unidos classificarem o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas internacionais está ganhando força nos bastidores da diplomacia e da segurança global. Essa medida, embora ainda não oficializada, vem sendo considerada por autoridades americanas como parte de uma estratégia mais ampla de combate ao narcotráfico transnacional e à violência organizada na América Latina.
Segundo análises recentes da consultoria Eurasia Group, essa designação pode ocorrer nos próximos meses, especialmente diante da intensificação da política externa americana sob o governo Trump, que tem adotado uma postura mais agressiva contra redes criminosas que operam além das fronteiras dos EUA.
🧠 Motivações por trás da possível classificação
- Conexões internacionais: O PCC e o CV expandiram suas operações para países como Paraguai, Bolívia, Colômbia e até México, estabelecendo vínculos com cartéis e redes de tráfico que já são alvo de sanções americanas.
- Atos violentos e desestabilizadores: As facções são responsáveis por ataques a autoridades, rebeliões em presídios, tráfico de armas e drogas, além de lavagem de dinheiro em larga escala.
- Pressão política e diplomática: A recente condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e as tensões políticas internas no Brasil têm sido observadas com atenção por Washington, que já impôs sanções econômicas ao país em resposta a questões de governança e segurança.
Reação do governo brasileiro
O governo Lula se posicionou contra a proposta americana, alegando que a legislação brasileira define terrorismo como atos motivados por razões ideológicas, políticas ou religiosas — o que não se aplica diretamente às facções criminosas, cuja motivação principal é econômica.
Além disso, há preocupações legítimas sobre os efeitos colaterais dessa classificação:
- Soberania nacional: A designação pode abrir espaço para ações unilaterais dos EUA em território latino-americano, sob o pretexto de combate ao terrorismo.
- Impacto econômico: Empresas brasileiras que, mesmo indiretamente, tenham vínculos com atividades ligadas às facções podem sofrer sanções, bloqueios financeiros e restrições comerciais.
- Estigmatização internacional: O Brasil corre o risco de ser visto como um epicentro de terrorismo não estatal, o que pode afetar sua imagem global e suas relações multilaterais.
🔎 O que pode acontecer a seguir?
Caso os EUA avancem com essa classificação, o Departamento do Tesouro poderá aplicar sanções severas, congelar ativos e proibir transações com indivíduos ou entidades ligadas às facções. Isso também pode abrir caminho para cooperação militar e de inteligência mais intensa entre os EUA e países vizinhos ao Brasil, como Colômbia e Peru.
A medida, embora controversa, reflete uma mudança no paradigma de segurança internacional, onde o crime organizado começa a ser tratado com o mesmo rigor que o terrorismo tradicional.
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