As tensões no Oriente Médio atingiram um novo pico após os Estados Unidos bombardearem instalações nucleares iranianas em 21 de junho de 2025, em apoio a Israel. A Rússia, aliada estratégica do Irã, reagiu com duras críticas, alertando para o risco de uma "catástrofe nuclear" e condenando a ação americana como uma ameaça à paz global. Em meio a um conflito que já deixou centenas de mortos, o mundo observa com apreensão os próximos passos das potências envolvidas.
A Reação Russa: Advertências e Diplomacia
O Kremlin classificou os ataques dos EUA como "irresponsáveis" e uma violação do direito internacional. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, comparou o risco dos bombardeios a instalações nucleares iranianas ao desastre de Fukushima, alertando para possíveis danos ambientais e radiação. "O mundo está a milímetros de uma tragédia", declarou.
Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores, foi ainda mais incisivo, apontando que a entrada direta dos EUA no conflito pode desestabilizar o Oriente Médio e levar a "consequências imprevisíveis". Apesar da retórica contundente, a Rússia não sinalizou ações militares diretas, priorizando sua guerra na Ucrânia e suas relações com outros países da região, como Arábia Saudita.
O presidente Vladimir Putin, que já havia se oferecido para mediar as tensões entre Irã e Israel, exigiu uma resposta da ONU e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Fontes do Kremlin indicam que Putin mantém canais abertos com Teerã, mas não planeja dialogar diretamente com o presidente americano, Donald Trump, a menos que necessário.
Contexto do Conflito
O atual ciclo de violência começou em 13 de junho, quando Israel lançou a "Operação Leão Crescente", atacando alvos nucleares e militares no Irã, incluindo a usina de Natanz e a capital, Teerã. O Irã retaliou com mais de 400 mísseis balísticos contra cidades israelenses como Tel Aviv e Jerusalém, causando danos e baixas. Os EUA, inicialmente limitados a apoio defensivo, escalaram sua participação com os bombardeios de 21 de junho, visando neutralizar o programa nuclear iraniano.
O Irã, por sua vez, ameaça atacar bases americanas na Jordânia, Arábia Saudita e Qatar, enquanto seus aliados, como os Houthis no Iêmen, já lançaram mísseis contra Israel. Estima-se que o conflito tenha deixado cerca de 224 mortos no Irã (com fontes independentes apontando até 585) e 24 em Israel, além de milhares de feridos.
Rússia e Irã: Uma Aliança Estratégica, Mas Cautelosa
Embora Rússia e Irã tenham assinado uma parceria estratégica em janeiro de 2025, o acordo não obriga Moscou a intervir militarmente. Analistas sugerem que a Rússia busca equilibrar seu apoio a Teerã com a preservação de laços com outros parceiros regionais. Após os ataques americanos, o Irã anunciou planos para fortalecer sua aliança com Moscou, o que pode incluir maior cooperação militar e econômica.
O Mundo em Alerta
A comunidade internacional está dividida. China e Turquia também condenaram os ataques, enquanto aliados dos EUA, como Reino Unido e França, expressaram apoio cauteloso a Israel. O Brasil, por sua vez, pediu moderação e evacuou seus cidadãos de Israel. Com o Estreito de Ormuz sob risco de bloqueio e os preços do petróleo em alta, o conflito ameaça impactos econômicos globais.
A Rússia, por enquanto, mantém uma postura de contenção, mas suas advertências servem como um lembrete de que o conflito pode rapidamente escalar para além do Oriente Médio. O futuro depende de decisões em Washington, Teerã e Jerusalém — e da capacidade do mundo de evitar um desastre maior.
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