Monitora de Creche em Sinop é Indiciada Após Bebê Sofrer Mais de 30 Mordidas

Roberto Farias
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Um caso chocante ocorrido em abril de 2013 na creche municipal Neusa Nadir Graf, no bairro Boa Esperança, em Sinop, a 503 km de Cuiabá, resultou no indiciamento de uma monitora pelos crimes de abandono de incapaz e lesão corporal. Um menino de um ano e quatro meses sofreu mais de 30 mordidas de outra criança da mesma sala, em um episódio que expôs falhas na supervisão da unidade escolar. O inquérito policial foi concluído na última semana, e a Secretaria de Educação de Sinop instaurou uma sindicância para apurar responsabilidades. A monitora envolvida permanece afastada.
No dia 16 de abril, a mãe da vítima, Carla Werleng, foi surpreendida por uma ligação da diretora da creche por volta do meio-dia, informando que seu filho havia sofrido um “acidente grave” e estava sendo levado ao hospital. “Perguntei o que aconteceu, e só me disseram para ir ao hospital porque era sério”, relatou Carla. No local, ela descobriu que o bebê tinha sido mordido repetidamente por outra criança, em um intervalo de apenas cinco minutos, quando a monitora responsável saiu da sala para beber água.
Carla questionou a versão apresentada: “Acho impossível que, em cinco minutos, uma criança da mesma idade consiga morder mais de 30 vezes. Uma ou duas mordidas, talvez, mas não isso”. O menino sofreu ferimentos graves, incluindo marcas no corpo e possível comprometimento do olho direito, que ainda será avaliado em novos exames médicos. Após o trauma, a criança não retornou à creche, e Carla deixou o emprego para cuidar do filho em tempo integral.
A investigação, conduzida pelo delegado Bráulio Junqueira, ouviu a diretora e quatro monitoras da creche no dia 23 de abril. As testemunhas confirmaram que, no momento do incidente, apenas uma monitora supervisionava a sala com 13 crianças. A profissional indiciada admitiu ter se ausentado por cinco minutos, período em que outra criança atacou o bebê, mordendo-o de forma contínua. Ela informou ter comunicado a direção e levado a vítima para atendimento médico.
A mãe registrou um boletim de ocorrência no dia seguinte, denunciando a negligência da creche. O caso gerou indignação na comunidade e levantou debates sobre a segurança em ambientes escolares infantis. A sindicância da Secretaria de Educação busca esclarecer se houve falhas estruturais ou de gestão na unidade, enquanto a Polícia Civil reforça a gravidade do abandono de incapaz, que colocou a criança em risco.
O episódio reforça a necessidade de maior vigilância e treinamento para profissionais de creches, além de medidas para garantir a proteção das crianças. A família do menino segue em busca de respostas e cuidados médicos para sua recuperação.

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