Os Horrores de Garanhuns: O Caso Macabro dos Canibais e os Salgados de Carne Humana

TimeCras
Roberto Farias
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Em Garanhuns, Pernambuco, uma trama aterradora veio à tona com a prisão de um trio acusado de atos de canibalismo, chocando a população local e ganhando notoriedade mundial. Segundo as investigações conduzidas pelo delegado Weslei Fernandes, os suspeitos confessaram usar carne humana – extraída principalmente de coxas, braços e nádegas das vítimas – para rechear coxinhas e empadas, comercializadas nas ruas da cidade. Embora a ausência de provas diretas dificulte a confirmação, a consistência de outros depoimentos do grupo reforça a possibilidade de que tais atrocidades tenham ocorrido.
Os salgados, preparados por uma das suspeitas, que atuava como vendedora ambulante, eram vendidos a comerciantes, restaurantes e até em locais como clínicas e salões de beleza. Relatos de moradores indicam que as empadas, por vezes descritas como "salgadas" ou "pastosas", eram adquiridas sem desconfiança, muitas vezes motivados pela história da vendedora, que alegava precisar de dinheiro para medicamentos. O impacto na comunidade foi devastador, com muitos moradores expressando repulsa e medo ao descobrirem que poderiam ter consumido os salgados.
As vítimas, atraídas por falsas promessas de emprego, como vagas de babá, eram selecionadas sob a justificativa de serem "pessoas más" ou mulheres com "úteros malditos", segundo a crença distorcida do trio, que integrava uma seita chamada Cartel. Essa seita, conforme descrito em um diário apreendido pela polícia, pregava a "purificação do mundo" e o controle populacional, com rituais macabros que incluíam assassinatos, esquartejamento, consumo de sangue e carne por até quatro dias, e o enterro dos restos. O diário detalhava os crimes premeditados, com trechos como: “Faz exatamente uma semana que realizamos uma segunda missão, a eliminação de um ser, e agora nos preparamos para a terceira.”
As investigações confirmaram ao menos três assassinatos: Jéssica Camila da Silva Pereira, morta em 2008, e Giselly Helena da Silva e Alexandra da Silva Falcão, assassinadas em 2012. Os corpos de Giselly e Alexandra foram encontrados enterrados no quintal da residência do trio, enquanto Jéssica permanece desaparecida, com restos possivelmente ocultados em paredes da casa. Uma criança de cinco anos, que vivia com o grupo, é suspeita de ser filha de Jéssica. A menina, que presenciava os rituais e era alimentada com carne humana, foi encaminhada ao Conselho Tutelar, onde aguarda exames de DNA para confirmar seu parentesco.
O trio, formado por Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Pires da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva, vivia um triângulo amoroso e foi condenado em 2014 e 2018 pelos crimes. Jorge, que sofria de problemas mentais e publicou um livro intitulado Revelações de um Esquizofrênico, detalhando suas alucinações e os atos do grupo, recebeu penas que totalizam 71 anos. Isabel e Bruna, presas na Colônia Penal Feminina de Buíque, foram condenadas a 68 e 71 anos e 10 meses, respectivamente. A descoberta dos crimes ocorreu após o uso do cartão de crédito de uma vítima, que levou a polícia até os suspeitos.
O caso ecoa a ficção de Sweeney Todd, onde carne humana era usada em tortas, mas a realidade em Garanhuns ultrapassa qualquer roteiro de terror. A brutalidade dos rituais, a manipulação de identidades falsas – como Bruna usando documentos de Jéssica – e o impacto psicológico na criança e na comunidade tornam esse um dos episódios mais sombrios da crônica criminal brasileira. As investigações continuam para apurar a possível existência de outras vítimas, enquanto a cidade tenta superar o trauma deixado por esses atos hediondos.

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