Na sexta-feira, Salvador começou a receber reforço militar nas ruas com o patrulhamento do Exército, medida tomada em meio à greve dos policiais militares da Bahia, que teve início na última terça-feira (31). A mobilização federal busca conter o clima de insegurança instaurado pela paralisação.
Além das tropas do Exército, que somarão cerca de 2.000 homens até domingo, também já chegaram à capital baiana 150 integrantes da Força Nacional. Outros 500 devem se juntar ao efetivo nas próximas 24 horas. A presença dessas forças é uma tentativa de frear os casos de saques e arrastões registrados nos últimos dias — situações classificadas pelas autoridades como “pontuais”, mas que têm impactado profundamente a sensação de segurança da população.
Comércios fecharam mais cedo, shopping centers esvaziaram-se antes do horário previsto, e postos de combustível interromperam o atendimento. O medo também tem sido alimentado por boatos, que circulam rapidamente nas redes sociais e aplicativos de mensagens.
A Justiça da Bahia declarou a greve ilegal na quinta-feira e determinou o retorno imediato dos policiais ao serviço, sob pena de multa diária de R$ 80 mil. A principal demanda da categoria gira em torno da incorporação da Gratificação por Atividade Policial (GAP) ao salário-base. Atualmente, um soldado recebe cerca de R$ 580 como soldo, enquanto a gratificação eleva esse valor para R$ 2.300 mensais. Se o benefício fosse incorporado, permitiria que outras vantagens fossem calculadas sobre uma base mais alta, aumentando a renda mensal dos policiais em cerca de R$ 1.000, segundo suas representações.
Esse episódio escancara a tensão latente entre servidores da segurança pública e o governo, além de lançar luz sobre as dificuldades estruturais da categoria.
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