Uma operação da Polícia Federal deflagrada em 2011 abalou o Ministério do Turismo ao prender 35 pessoas, incluindo membros da alta cúpula da pasta, acusadas de um esquema de desvio de recursos de um convênio com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), sediado em São Paulo. A investigação, centrada no Amapá, resultou em prisões em Brasília (17), São Paulo (11) e no próprio Amapá (7), além de mandados de busca e apreensão. Segundo a PF, cerca de dois terços dos R$ 4,4 milhões repassados ao Ibrasi para capacitação profissional no setor turístico foram desviados.
Entre os detidos estão figuras de peso, como Frederico Silva da Costa, secretário-executivo do Ministério e indicado pelo PTB, e Mário Moysés, ex-secretário-executivo e então presidente da Embratur, que já assessorou a senadora Marta Suplicy (PT-SP). Outro nome de destaque é Colbert Martins, ex-deputado federal pelo PMDB-BA, ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima. A PF aponta que o esquema, iniciado em 2009, envolveu fraudes como direcionamento de contratações, serviços não executados, pagamentos antecipados e falsificação de comprovantes de despesas.
Na residência de Luiz Machado, dirigente do Ibrasi, foram apreendidos R$ 610 mil em dinheiro. A investigação, desencadeada após denúncias do Tribunal de Contas da União, revelou que o convênio foi viabilizado por emendas parlamentares da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), que destinou R$ 4 milhões em 2009 e mais R$ 5 milhões em 2010 ao Ibrasi. A PF também identificou tentativas dos investigados de obstruir as apurações, o que justificou os pedidos de prisão. O escândalo, que atinge diretamente a gestão do então ministro Pedro Novais (PMDB-MA), expõe fragilidades no controle de recursos públicos e se soma a outras crises do governo Dilma Rousseff, marcando um início de mandato conturbado.
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