Julgamento no DF: Homem Acusado de Manipular Ex-Namorada ao Suicídio por Seguro de Vida

Roberto Farias
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Na próxima segunda-feira, 29 de agosto, o Tribunal do Júri de Brasília julgará um caso que mistura manipulação, ganância e tragédia. Kleber Ferreira Gusmão Ferraz, de 42 anos, é acusado de induzir sua ex-namorada, Maria Aparecida, ao suicídio em 2007, em um crime motivado por interesses financeiros. O julgamento, marcado para começar às 9h, promete trazer à tona os detalhes de uma relação conturbada e um plano cruel.
No dia 5 de março de 2007, por volta das 13h30, Maria Aparecida, então em um estado de vulnerabilidade emocional, ingeriu uma substância química no Bay Park Hotel, em Brasília, que levou à sua morte, apesar das tentativas de socorro médico. Segundo o Ministério Público, Kleber, que mantinha um relacionamento amoroso instável com a vítima, explorou seu quadro depressivo para manipulá-la. Ele teria se aproveitado financeiramente dela, levando-a a contrair dívidas para sustentá-lo. Quando os recursos da vítima se esgotaram, Kleber teria arquitetado um plano macabro: sugeriu que ambos cometessem suicídio juntos, mas, na verdade, ele não tinha intenção de morrer.
As investigações revelam que Kleber foi além. Ele adquiriu a substância usada no suicídio e, meses antes, convenceu Maria Aparecida a contratar um seguro de vida no valor de R$ 210 mil, do qual ele seria o beneficiário. O Ministério Público aponta que o acusado agiu com “motivo torpe”, explorando a fragilidade da vítima para lucrar com sua morte. O uso de veneno como meio para o crime também pode agravar a pena, já que é considerado um método cruel.
Preso desde o início do processo, Kleber responde por homicídio duplamente qualificado, conforme o artigo 121, § 2º, incisos I (motivo torpe) e III (meio cruel) do Código Penal. O caso levanta reflexões sobre manipulação psicológica, exploração financeira e os limites da responsabilidade em casos de indução ao suicídio. A decisão do Tribunal do Júri será um marco para casos semelhantes, trazendo à tona debates sobre ética, justiça e proteção às vítimas de abusos emocionais.

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