
No sábado, 13 de março de 2010, a cidade de Acapulco, no estado mexicano de Guerrero, foi abalada por uma onda de violência ligada ao crime organizado, que deixou 17 mortos em um único dia. Os ataques, marcados por brutalidade, expuseram o domínio dos cartéis de drogas na região e o desafio enfrentado pelas autoridades para conter a escalada de violência. Entre as vítimas, cinco policiais do município de Tulcingo foram assassinados em uma emboscada por um grupo armado não identificado, conforme relatado pelo governo local. Um sexto oficial, gravemente ferido, não resistiu e faleceu durante atendimento médico.
Em outro episódio chocante, cinco corpos foram encontrados em uma estrada na comunidade indígena de Tres Palos, a oeste da zona turística de Acapulco, dois deles decapitados, um método frequentemente usado por cartéis para intimidar rivais e autoridades. Na avenida Escénica, em pleno coração turístico da cidade, dois homens foram localizados com as mãos amarradas e também decapitados. Outras quatro vítimas foram descobertas em diferentes pontos do balneário, intensificando o clima de medo em uma cidade conhecida por suas praias e glamour.
O estado de Guerrero, ao lado de Michoacán, é um reduto do cartel La Familia Michoacana, um grupo criminoso emergente conhecido por sua violência extrema e pelo tráfico de metanfetaminas. Segundo autoridades dos Estados Unidos, La Familia é uma das principais distribuidoras dessa droga no mercado internacional, utilizando o porto de Acapulco como ponto estratégico para receber carregamentos vindos da América do Sul. A violência na região é alimentada pela disputa entre facções, incluindo grupos dissidentes do cartel Beltrán Leyva, enfraquecido após a morte de seu líder em dezembro de 2009.
Desde 2006, o governo mexicano, sob o presidente Felipe Calderón, intensificou sua ofensiva contra o narcotráfico, mobilizando cerca de 50.000 militares e policiais federais. A chamada "guerra contra as drogas" já havia deixado mais de 15.000 mortos até março de 2010, incluindo traficantes, forças de segurança e civis. Em Acapulco, a violência transformou o paraíso turístico em um campo de batalha, com decapitações e ataques a policiais evidenciando o poder dos cartéis. O sábado trágico de março de 2010 permanece como um marco sombrio na luta do México contra o crime organizado.
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