A Caçada da UE à Frota Fantasma do Petróleo Russo

Roberto Farias
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A União Europeia (UE) está intensificando sua ofensiva contra uma rede clandestina de petroleiros, conhecida como "frota fantasma", que a Rússia utiliza para burlar as sanções impostas ao seu setor de energia desde o início do conflito na Ucrânia em 2022. Essa frota, composta por centenas de navios antigos, frequentemente sem seguro adequado e registrados sob bandeiras de países como Panamá ou Libéria, desempenha um papel crucial no transporte de petróleo russo para mercados como China, Índia e Turquia, desafiando o limite de preço de US$ 60 por barril estabelecido pelo G7.
Esses navios operam nas sombras, utilizando táticas como transferências marítimas de carga, desativação de sistemas de rastreamento e estruturas de propriedade pouco transparentes para evitar detecção. Estima-se que essa frota seja responsável por movimentar até 85% das exportações de petróleo russo, gerando receitas que sustentam o esforço de guerra do país. No entanto, além de driblar as sanções, esses petroleiros representam uma ameaça ambiental significativa. Muitos estão em más condições, aumentando o risco de vazamentos catastróficos, com custos de limpeza que podem ultrapassar US$ 1,5 bilhão.
No 17º pacote de sanções, implementado em 2025, a UE identificou e restringiu cerca de 200 embarcações dessa frota, buscando cortar o fluxo financeiro que alimenta o conflito. Medidas adicionais, como monitoramento por drones e satélites e exigências mais rígidas de seguro, estão em discussão para reforçar o controle. Contudo, a eficácia dessas ações é questionada, já que o petróleo russo continua chegando aos mercados globais, muitas vezes misturado a outros produtos, e a economia do país se adapta com novos compradores e rotas alternativas.
Enquanto isso, propostas dos EUA, como tarifas de até 500% sobre negócios com a Rússia, podem impactar nações como o Brasil, que depende significativamente do diesel russo. A batalha contra a frota fantasma é, portanto, não apenas uma questão geopolítica, mas também um desafio ambiental e econômico de proporções globais.

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