Cabeleireiro Morre Após Agressão em Boate no Rio, e Caso é Investigado como Homofobia

Roberto Farias
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Um crime brutal chocou o Rio de Janeiro em 2013. Luiz Antônio de Jesus, de 49 anos, foi agredido na madrugada de domingo, 26 de maio, na Boate Queen, em Jacarepaguá, Zona Oeste, e faleceu na terça-feira (28) no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Internado em estado gravíssimo com traumatismo craniano, ele apresentava ferimentos graves no rosto e pescoço, incluindo um corte de um lado ao outro do queixo e marcas que sugeriam enforcamento, segundo a família. O caso é investigado pela Divisão de Homicídios como crime de homofobia, seguindo a portaria 574 de 2012 da Polícia Civil.
Luiz, um cabeleireiro homossexual, estava feliz e saiu para dançar, levado pela sobrinha à boate por volta de 1h, conforme relatou sua irmã, Rosalina da Silva Jesus de Brito, jornalista de um jornal comunitário. Ele não voltou para casa, o que preocupou a família. Ao chegarem à boate, souberam que Luiz foi encontrado desacordado no banheiro, supostamente vomitando, e levado pelos bombeiros ao hospital às 3h. A dona do estabelecimento, Jade Lima, alegou que Luiz sofreu uma queda e negou agressões, mas a família questiona a versão. “Como uma queda desfiguraria alguém assim?”, indagou a irmã Angelina de Jesus, que clama por justiça. “Ele era tranquilo, amigo, alegre, não arrumava confusão”, completou a amiga Inês Rocha.
A boate, interditada pela 32ª DP (Taquara) por falta de documentação, possui 40 câmeras de segurança, mas a do banheiro, onde Luiz foi encontrado, não funcionava, segundo a proprietária. A família notou manchas de sangue na porta do banheiro, que Jade Lima disse serem antigas, o que Rosalina acredita ser uma tentativa de despistar. Imagens de outras câmeras estão sendo analisadas, e seguranças, funcionários e parentes já depuseram. Um outro cliente também denunciou à polícia, no domingo, uma agressão por um suposto segurança da boate, mas Jade Lima afirmou que o cliente foi apenas retirado por importunar outros frequentadores.
Luiz foi enterrado na quarta-feira (29), às 16h, no Cemitério do Pechincha, em Jacarepaguá, com apoio do programa Rio sem Homofobia. A família apela por informações ao Disque-Denúncia (2253-1177). O caso reflete a violência contra a comunidade LGBT no Brasil, que, segundo o Grupo Gay da Bahia, registrou 312 assassinatos de homossexuais, lésbicas e travestis em 2013, ou seja, uma morte a cada 28 horas, muitas motivadas por homofobia.

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