Na manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal (PF) lançou a Operação Liberdade, com o objetivo de desarticular uma quadrilha internacional de tráfico de pessoas que explorava cidadãos de Bangladesh em condições análogas à escravidão no Distrito Federal. A ação, que mobilizou 60 agentes, cumpre 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Brasília, com buscas realizadas nas residências dos suspeitos e nos alojamentos onde as vítimas estavam abrigadas.
Segundo a PF, o grupo criminoso, formado por indivíduos de Bangladesh, atraía conterrâneos com promessas falsas de salários entre US$ 1.000 e US$ 1.500 para atuar na construção civil. Para viabilizar a entrada ilegal no Brasil, os traficantes cobravam até US$ 10.000 das vítimas, que cruzavam as fronteiras por rotas clandestinas passando por Guiana Francesa, Peru e Bolívia. Após chegarem ao país, os imigrantes tinham sua situação migratória regularizada por meio de pedidos fraudulentos de refúgio, obtendo documentos como carteira de trabalho e CPF, mas eram submetidos a condições degradantes de trabalho.
O chefe do Serviço de Repressão ao Trabalho Forçado da PF, Dennis Cali, informou que a quadrilha contava com quatro traficantes principais e dois intermediários, já identificados. As vítimas, além de terem seus passaportes confiscados pelos “coiotes”, eram obrigadas a pagar dívidas mensais referentes a alojamento e custos da viagem, perpetuando um ciclo de exploração. Muitas trabalhavam na construção civil, em frigoríficos ou até em lava-jatos, sob condições precárias, enquanto outras permaneciam desempregadas, agravando sua vulnerabilidade.
A Operação Liberdade destaca o compromisso da PF no combate ao tráfico humano e à exploração laboral, crimes que violam os direitos humanos e desafiam as políticas migratórias. As investigações continuam para identificar outras possíveis vítimas e desmantelar completamente a rede criminosa.
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