Operação Asfalto Sujo: Investigação Desmantela Esquema de Corrupção no Detran

Roberto Farias
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Na manhã desta terça-feira (25), agentes da Corregedoria do Detran, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público, e da Polícia Civil realizaram a operação "Asfalto Sujo". A ação tem como objetivo desarticular uma quadrilha que atuava em pelo menos quatro postos de vistoria do Detran. Até as 11h, 38 pessoas haviam sido presas, enquanto 53 foram denunciadas, conforme o Ministério Público. Estima-se que a organização movimentava cerca de R$ 200 mil mensais por meio de propinas, entre julho de 2009 e maio de 2012. As cobranças variavam entre R$ 150 e R$ 300, dependendo do posto de vistoria.

Ao todo, foram expedidos 41 mandados de prisão contra funcionários, ex-funcionários, despachantes e zangões (despachantes informais), que facilitavam vistorias, transferências de propriedade e emissões de documentos de forma irregular. Além disso, a operação incluiu 67 mandados de busca e apreensão nos postos investigados. Entre os denunciados estão um policial militar, que comandava o Posto de Campos dos Goytacazes, e o subchefe do Posto de Itaboraí. Além das 41 pessoas indiciadas por formação de quadrilha e corrupção, outras 10 serão processadas por crimes isolados. Ao todo, 47 funcionários e despachantes públicos foram afastados pelo Ministério Público.

Desde as 6h, os agentes estão em busca dos envolvidos em municípios como Rio de Janeiro, Niterói, Magé, Duque de Caxias, e diversas cidades da Região Metropolitana, das Baixadas Litorâneas, e do interior fluminense.

As investigações, que começaram há seis meses, revelaram fraudes como a "vistoria fantasma", em que documentos de vistoria eram emitidos sem que os veículos comparecessem ao posto. Outros crimes também foram atribuídos à quadrilha, como a destruição de provas. Fotos mostraram documentos sendo apreendidos no carro da chefe de um dos postos, que, segundo a polícia, ordenava a queima de registros legalizados.

Com autorização judicial, o sigilo telefônico dos envolvidos foi quebrado e 60 dias de ligações foram monitorados. Isso permitiu à polícia identificar pagamentos de propinas que variavam entre R$ 50 e R$ 1,2 mil, destinados a garantir a aprovação irregular em vistorias.

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