No Cemitério Municipal do Novo Gama, no Entorno de Brasília, duas cadelas vira-latas magras e pequenas se tornaram parte da rotina do lugar, assumindo espontaneamente o papel de guardiãs dos túmulos. Desde que chegaram, há cerca de dois meses, elas latem para estranhos e patrulham o espaço, como se cuidassem dos que ali descansam.
A principal hipótese é que as cadelas pertenciam a um jovem sepultado no dia 5 de maio e chegaram junto ao cortejo fúnebre, decidindo permanecer no cemitério. Mesmo após tentativas de remoção, sempre retornaram sozinhas ao local, que fica a mais de 3 km da área urbana.
Recentemente, a presença desses fiéis animais se multiplicou: há 15 dias, ambas deram à luz, cada uma com cinco filhotes, totalizando dez novos cãezinhos vivendo entre os túmulos. Segundo Valquimar Rocha, coveiro de 32 anos, a primeira lembrança das cadelas remonta ao dia em que dois amigos foram sepultados após um confronto armado. O jovem que as trouxe consigo partiu, mas suas companheiras permaneceram.
O cemitério atende moradores de Novo Gama e Lago Azul, ficando afastado dos centros urbanos, o que torna ainda mais peculiar a insistência desses cães em permanecer ali. Sua presença silenciosa e fiel adiciona um novo significado ao luto e à memória dos que ali descansam.
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