Na madrugada de 20 de maio de 2012, um terremoto de magnitude 5,9 na escala Richter abalou o norte da Itália, deixando um rastro de destruição na região de Emilia-Romagna. O tremor, com epicentro entre Finale Emilia, Bondeno e Sermide, a cerca de 35 km de Bolonha, ocorreu às 2h03 (23h03 de sábado, horário de Brasília), a uma profundidade de 10 km, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Pelo menos cinco pessoas morreram, cerca de 50 ficaram feridas e uma pessoa foi reportada como desaparecida, conforme informações da Defesa Civil local.
Entre as vítimas, um marroquino de 29 anos perdeu a vida em Bondeno, província de Ferrara, quando o teto de uma fábrica de poliestireno desabou sobre ele durante o turno noturno. Em Sant’Agostino, dois trabalhadores de uma fábrica de cerâmica foram mortos pelo colapso do telhado, conforme relatou um representante sindical. Uma alemã de 37 anos, que estava em San Alberto de San Pietro in Casale, na província de Bolonha, sofreu uma crise fatal, possivelmente desencadeada pelo pânico durante o tremor. Em Sant’Agostino, uma mulher de 106 anos também faleceu devido à comoção causada pelo terremoto, segundo fontes médicas. Alguns veículos, como a CNN e o Corriere della Sera, reportaram um total de seis mortos na manhã do domingo, mas os números variaram nas primeiras horas.
O terremoto, precedido por tremores menores de 4,1 e 2,2 graus, foi seguido por réplicas, incluindo uma de 4,9 graus às 5h03, que causou novos desmoronamentos em Bondeno. Cidades como Bolonha, Modena, Ferrara, Verona, Mantua, Toscana, Vêneto, Lombardia, Trentino-Alto Ádige e Friuli Venezia Giulia sentiram os abalos. Em Mirandola, pacientes graves de um hospital e idosos de um asilo foram evacuados por segurança. A Defesa Civil relatou que igrejas, castelos e construções históricas sofreram danos severos, como a igreja de San Felice sul Panaro e o Castelo Estense do século XIV, que perdeu parte de suas torres. “Praticamente perdemos todo o nosso patrimônio artístico”, lamentou Alberto Silvestri, prefeito de San Felice, ao Reuters.
Cerca de 3.000 pessoas ficaram desabrigadas, e a Defesa Civil montou acampamentos de emergência, como em Finale Emilia, onde tendas foram instaladas em um campo de futebol. Bombeiros resgataram uma menina de cinco anos dos escombros em Finale Emilia, após uma corrente de telefonemas envolvendo uma moradora local e os serviços de emergência. O primeiro-ministro Mario Monti interrompeu uma viagem aos Estados Unidos para coordenar a resposta, e o governo declarou estado de emergência em 22 de maio, liberando fundos para apoio às vítimas.
O terremoto, o mais forte na região desde 2009, expôs a vulnerabilidade de áreas industriais e históricas. A tragédia reacendeu debates sobre a segurança de construções em zonas sísmicas, especialmente após a constatação de que muitas fábricas colapsaram devido a estruturas inadequadas. O evento de 2012, seguido por outro tremor de 5,8 graus em 29 de maio, que matou mais 18 pessoas, marcou a região como uma das mais afetadas por sismos na Itália moderna.
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