Na manhã de 3 de abril de 2012, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação na Assembleia Legislativa da Bahia, com foco no gabinete do deputado estadual Roberto Carlos (PDT). A ação, iniciada por volta das 5h, faz parte da "Operação Detalhes", que apura um suposto esquema de desvio de verbas públicas por meio da contratação de assessores parlamentares "fantasmas". Concomitantemente, outras ações da mesma operação foram realizadas em Juazeiro, no norte do estado, principal base eleitoral do parlamentar, além de Uauá (BA) e Petrolina (PE).
A investigação, conduzida pela Delegacia da PF em Juazeiro, teve início há dois anos, a partir de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou movimentações financeiras atípicas nas contas do deputado e de familiares entre 2008 e 2010. Segundo a PF, Roberto Carlos é suspeito de nomear assessores que não exerciam suas funções, com salários variando entre R$ 3 mil e R$ 8 mil, cujos valores eram parcialmente transferidos para contas do parlamentar, de sua esposa e de um filho. Seis dos oito supostos "funcionários fantasmas", todos de Juazeiro, confessaram participação no esquema, conforme divulgado em coletiva de imprensa.
A operação envolveu cerca de 60 policiais federais e cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, incluindo o gabinete do deputado, o setor de recursos humanos da Assembleia Legislativa, o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) em Juazeiro – onde uma assessora do parlamentar trabalhava – e residências de Roberto Carlos e outros investigados. Documentos e computadores foram apreendidos para análise. O deputado, que também preside o clube de futebol Juazeirense, é investigado por crimes como peculato, formação de quadrilha, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Roberto Carlos, que retornou à Assembleia Legislativa no dia 10 de abril, afirmou desconhecer as acusações e se disse vítima de perseguição política. Ele informou que solicitou, junto a seus advogados, uma cópia do inquérito à PF e se colocou à disposição para esclarecimentos. O parlamentar negou envolvimento no esquema e destacou sua confiança na Justiça. O presidente do PDT na Bahia, Hari Alexandre Brust, afirmou que aguardaria mais detalhes para se posicionar.
Em 20 de agosto de 2013, a Procuradoria Regional da República denunciou Roberto Carlos e outras 11 pessoas ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, pelos crimes investigados. A PF pediu o afastamento do deputado, medida que seria analisada judicialmente.
Não deixe de comentar !!!!!!