Conflito no Iêmen: Al Qaeda Acusa Governo de Matar Civis e Promete Vingança

Roberto Farias
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O braço da Al Qaeda na Península Arábica (AQPA) acusou o governo do Iêmen de matar sete civis em bombardeios realizados na província de Abyan, no sul do país, na semana passada. Segundo o grupo, os ataques, que teriam atingido duas mesquitas, um hospital e um mercado, não feriram nenhum de seus combatentes, que não estavam nas áreas alvejadas. A AQPA prometeu retaliar, chamando as ações de "crimes monstruosos" conduzidos pelo governo iemenita com apoio dos Estados Unidos.
Em comunicados divulgados na noite de segunda-feira em fóruns islâmicos online, a AQPA também assumiu a autoria de um atentado a bomba contra rebeldes xiitas no norte do Iêmen. O grupo contradiz a versão do Exército iemenita, que afirmou ter eliminado 30 militantes nos bombardeios em Abyan. Segundo a AQPA, os ataques resultaram apenas na morte de civis e na destruição de prédios, sem atingir seus membros.
Há dois meses, o governo do Iêmen intensificou uma ofensiva para retomar o controle de Abyan, uma região parcialmente dominada pela AQPA. Na semana passada, as forças armadas anunciaram a reconquista de Zinjibar, capital da província, com apoio logístico dos EUA e da Arábia Saudita. Moradores locais relataram a presença de drones norte-americanos sobrevoando a área nos últimos meses, embora essas informações não tenham sido confirmadas oficialmente.
O Iêmen vive um cenário de instabilidade agravado por protestos populares que, desde o início de 2011, exigem a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh, no poder há 33 anos. Saleh, que sofreu graves queimaduras em um ataque ao seu palácio em junho, está em tratamento na Arábia Saudita. A crise política no país intensificou os conflitos, com a AQPA aproveitando o vácuo de poder para expandir sua influência. No entanto, a oposição acusa Saleh de inflar a ameaça da Al Qaeda para garantir apoio internacional, enquanto os EUA e a Arábia Saudita temem que o grupo aproveite a turbulência para planejar novos ataques.

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