Tragédia no Lago Paranoá: Mulher Encontrada Morta Após Naufrágio em Brasília

Roberto Farias
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Na manhã de 23 de maio de 2011, mergulhadores do Corpo de Bombeiros localizaram, por volta das 11h40, o corpo de uma mulher no Lago Paranoá, em Brasília, após o naufrágio de uma embarcação na noite anterior. A vítima, ainda não identificada, foi encontrada próxima ao barco submerso e encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para reconhecimento. A operação de resgate também recuperou uma lista de convidados da festa realizada no barco, que está sendo analisada pelas autoridades.
A major Vanessa Signali, do Corpo de Bombeiros, relatou que a visibilidade na água era inferior a um metro devido à turbidez, dificultando as buscas. Ela informou que o barco, que permanece no fundo do lago, não deve ser retirado nesta segunda-feira, pois há muito material a ser examinado. “Todo o conteúdo do barco foi deslocado para a parte que ficou inclinada no fundo. Ainda há a possibilidade de encontrarmos mais vítimas dentro da embarcação”, destacou. Os bombeiros planejam usar uma aeronave à tarde para sobrevoar as margens do lago em busca de outros desaparecidos.
Resgate e Buscas
As operações de busca foram retomadas às 6h de segunda-feira, após o resgate de 94 pessoas na noite de domingo, 22 de maio. Segundo o major Adriano Azevedo, chefe da operação, as condições adversas, como frio e pouca iluminação, dificultaram o trabalho inicial, mas civis com embarcações auxiliaram os bombeiros. “Hoje estamos focados nas buscas. Um barco está avaliando a área para mapear a situação”, explicou Azevedo.
O coronel Luis Blumm, do Comando Operacional dos Bombeiros do DF, destacou que o número exato de pessoas a bordo ainda é incerto, pois não foi fornecida uma lista oficial de passageiros. Entre os desaparecidos está Valdelice Fernandes, de 34 anos, mãe de um bebê de seis meses que morreu afogado no acidente. Apesar dos esforços de reanimação, a criança não resistiu.
Investigação do Naufrágio
A Marinha, por meio do delegado Fábio Rogério Leite Sousa, abriu um inquérito para investigar as causas do acidente. Uma das principais hipóteses é a superlotação, já que a embarcação, chamada Imagination e de propriedade particular, tinha capacidade para 90 pessoas, mas pode ter transportado mais. Outro possível fator é uma colisão com uma lancha. Embora os documentos do barco estivessem regulares, o local de partida não foi confirmado, mas a Associação dos Servidores da Câmara dos Deputados (Ascade) informou que a embarcação saiu do clube Cota Mil.
Relatos dos Sobreviventes
O comandante da embarcação, Airton da Silva Maciel, de 28 anos, relatou à TV Globo que o barco estava em reforma e que ele verificava constantemente a casa de máquinas. Durante uma dessas checagens, notou uma rápida entrada de água, seguida pelo tombamento do barco. Jéssica Yvi, de 22 anos, uma das primeiras vítimas resgatadas a receber atendimento no clube Ascade, próximo ao local, descreveu que o barco virou rapidamente após uma mulher pedir que todos se deslocassem para a frente da embarcação.
Magno Moreira, também de 22 anos, contou que a festa, com ingressos a R$ 60 e bebida liberada, começou a apresentar problemas cerca de uma hora após o embarque. Ele relatou ter notado água subindo ao usar o banheiro, e, em poucos minutos, o barco afundou. “Não sei nadar e me segurei em um pedaço do barco que ficou fora d’água. Havia cerca de 20 coletes salva-vidas”, afirmou. Muitos ocupantes receberam os primeiros socorros no clube Ascade.
Histórico de Tragédias
Um ano antes, em maio de 2010, um naufrágio no mesmo Lago Paranoá resultou na morte de duas irmãs que não sabiam nadar. A embarcação, com capacidade para seis pessoas, transportava 11, e a superlotação foi apontada como a causa do acidente. O piloto foi indiciado por homicídio culposo, reforçando preocupações sobre a segurança nas embarcações do lago.

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